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Operação Firenze

Irmão de presidente da Alepe é alvo de operação da PF que investiga fraude em licitações

Irmão de Álvaro Porto, ex-deputado estadual Eduardo Porto é um dos investigados na Operação Firenze, deflagrada pela PF, contra um suposto esquema de desvio de R$ 881,9 milhões

Mareu Araújo

Publicado: 07/06/2025 às 02:00

Eduardo Porto/Reprodução/Redes sociais

Eduardo Porto (Reprodução/Redes sociais)

O ex-deputado estadual Eduardo Porto é um dos investigados na Operação Firenze, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira (5), para apurar um suposto esquema milionário de fraudes em licitações públicas e lavagem de dinheiro. 

Eduardo Porto é irmão do atual presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto, e do ex-presidente do Tribunal de Contas (TCE-PE), Carlos Porto, aposentado do órgão em 2023. Também é tio de Eduardo Lyra Porto, conselheiro da Corte de Contas. Nenhum desses parentes é investigado no inquérito.

Segundo a PF, o grupo suspeito teria desviado R$ 881,9 milhões, no período entre 2021 e 2024, a partir de contratos com órgãos municipais e estaduais para terceirização de mão de obra. A investigação da Operação Firenze corre sob sigilo e o total de alvos não foi informado.

O Diario de Pernambuco apurou que Eduardo Porto é suspeito de fazer parte de um dos núcleos investigados por suposta ligação com as empresas favorecidas. Já um segundo núcleo seria liderado por outro político de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

Mandado

A Operação Firenze mobilizou 95 policiais federais e seis auditores da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, os agentes cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Timbaúba, na Mata Norte, e Jaboatão. Também houve ações em São Paulo.

Um dos locais vasculhados foi uma casa em Alphaville Pernambuco, condomínio de luxo, na BR-232, no Grande Recife, cujo endereço é atribuído a Eduardo Porto. Os agentes estiveram no local por volta das 6h de quinta-feira (5).

Lá, os policiais federais encontraram um revólver da marca Smith & Wesson, modelo Magnum e de calibre .357, além de seis munições. O auxiliar técnico Osvaldo Pereira de Medina Neto, que é marido da enteada de Eduardo Porto, assumiu a posse da arma e foi preso em flagrante.

“Ele não é alvo da operação e só foi autuado pela posse da arma de fogo”, afirma o advogado Gervásio Lacerda, que representa Osvaldo. Ele vai responder ao processo em liberdade após audiência de custódia, realizada na sexta-feira (6).

Defesa

De família influente no Estado, Eduardo Porto foi candidato derrotado à Prefeitura de Jaboatão, nas Eleições de 2020, quando obteve 7.217 votos. Foi, ainda, delegado de Polícia, vereador de Jaboatão (2004) e deputado estadual por dois mandatos (2006-2010 e 2010-2014).

O advogado Julio Rodrigues, que defende o investigado, foi procurado para comentar o caso e responder algumas perguntas do Diario, informou que responderia até o fechamento desta edição, mas não deu retorno.

O Diario também procurou a assessoria de imprensa do deputado Álvaro Porto e do TCE-PE, que não quiseram se manifestar.

 

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