Rio Capibaribe tem piora na qualidade da água, diz pesquisa
Estudo revela cenário crítico dos recursos hídricos brasileiros; Rio Capibaribe teve piora na poluição da água
Publicado: 02/06/2025 às 20:48

Rio Capibaribe, pauta do meio ambiente (Rafael Vieira)
O Rio Capibaribe, um dos mais importantes de Pernambuco, enfrenta uma piora na qualidade da água. É o que revela o relatório “Observando os Rios 2025”, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica. O documento aponta que, pela primeira vez desde o início do monitoramento, o trecho analisado do Capibaribe passou da classificação "regular" para "ruim", sinalizando avanço na degradação ambiental.
De acordo com o estudo, realizado entre janeiro e dezembro de 2024, o Capibaribe sofre principalmente com o despejo de esgoto doméstico, que supera a capacidade de diluição natural do rio.
A falta de coleta e tratamento adequados de esgoto é apontada como a principal causa dessa piora. A situação, segundo os especialistas, compromete tanto a qualidade de vida dos moradores quanto a experiência dos milhares de turistas que visitam a capital pernambucana.
“Se medidas eficazes não forem tomadas imediatamente, a tendência é que a qualidade continue ruim nos próximos anos. Para reverter esse cenário, é essencial que o serviço de coleta e tratamento de esgoto alcance toda a população da bacia do Capibaribe”, alerta o relatório.
O problema do Capibaribe não é isolado. O documento mostra que, nas bacias da Mata Atlântica monitoradas, apenas 7,6% dos pontos possuem qualidade boa, enquanto 75,2% estão em situação regular, 13,8% ruins e 3,4% péssimos. Nenhum dos rios monitorados atingiu a classificação "ótima".
O levantamento reforça que as precárias condições de infraestrutura urbana, especialmente a falta de rede de esgotamento sanitário, estão diretamente ligadas à piora da qualidade da água.
Ações em andamento no estado
A Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) informou que realiza fiscalizações em empreendimentos instalados nas proximidades do rio Capibaribe, principalmente no interior do estado. Nos últimos dois anos a agência multou e aplicou autos de infração em 18 empreendimentos, além de interditar duas lavandeiras, que estavam despejando efluentes irregulares no rio.
A CPRH destacou que tem um acordo de cooperação técnica com o Recife para que a gestão municipal realize o licenciamento e fiscalização ambiental. “A Agência ressalta que não se exime de realizar fiscalizações no Recife, mas faz de forma suplementar, quando demandada, ou quando recebe denúncias de crimes ambientais”.

