Nas creches do Recife, onde há educação, também há cuidado e nutrição
Crianças recebem cinco refeições por dia e contam com roupas e materiais fornecidos pela prefeitura
Publicado: 31/05/2025 às 10:00

Matriculados contam com cinco refeições balanceadas e variadas (Foto: Sandy James/DP Foto)
A modernização das creches e do processo educacional vai além de telas e aplicativos e abrange ambientes pensados para cada tipo de criança. A Creche Escola Recife Miguel Arraes, na comunidade Roda de Fogo, no bairro dos Torrões, passou por um processo de modernização e atende, atualmente, 303 crianças, que ficam distribuídas em 10 salas, em grupos do I ao V, baseados na idade.
O equipamento dispõe de duas novas salas de aula, sala de leitura com recursos multifuncionais, solários, oito banheiros, sendo dois acessíveis, secretaria, coordenação, direção, sala de professores, cozinha, pátio coberto com refeitório, despensa, lavanderia, rouparia, depósitos de limpeza e almoxarifado, além de copa e vestiários.
Os pequenos também contam com fardamento disponibilizado pela gestão municipal, materiais didáticos, de higiene pessoal (escovas de dente, toalhas, xampu, sabonetes, pomadas, talco e roupas íntimas) e de uso pedagógico (livros, tintas, pincéis, folhas, massinhas de modelar e cola).
“Eles contam com material didático e material de higiene. Tomam banho aqui, cada um com sua toalha, seu pente, adereços para penteado, além de perfume, xampu, sabonete e hidratante, tudo garantido pela prefeitura. Antigamente, as crianças ficavam muito dentro da sala e hoje os educadores incentivam o brincar com um trabalho diferenciado. A educação infantil não significa a criança ficar presa, mas sim estabelecer um cronograma e permitir que as turmas façam, a cada dia, uma coisa diferente e utilizem todo o espaço da creche”, detalha a vice-coordenadora da creche, Severina Gomes.
Além disso, os matriculados contam com cinco refeições por dia, cada uma atendendo aos requisitos de cada criança. Os profissionais da cozinha e os professores cumprem as dietas e restrições das crianças que têm alergias, intolerâncias ou seletividade alimentar. Todo o alimento é fornecido e preparado pela instituição.
“A gente oferece café da manhã, almoço, lanches e jantar. São cinco refeições elaboradas por nutricionistas. Hoje contamos com 50 crianças que fazem parte do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e que possuem uma alimentação mais direcionada por terem restrições. A gente se reúne com os pais e com a nutricionista para montar o cardápio. Além disso, todos os itens são separados e individuais, para não haver contaminação”, complementa Severina Gomes.
Na Creche Municipal Padre Lourenço, na Imbiribeira, na Zona Sul, as crianças também seguem o mesmo sistema de alimentação e contam com os temperos da merendeira Rosimere Leonor. Por lá, as refeições são feitas em cozinhas diferentes, divididas entre as dos bebês e as das crianças maiores.
“É tudo produzido aqui. A gente recebe os alimentos fornecidos pela prefeitura e faz o café da manhã, lanches, almoço e jantar, de acordo com o que o nutricionista recomenda. E, para as crianças que possuem restrições, temos tudo separado”, explica a merendeira.
No ano passado, a Secretaria de Educação, em parceria com o Instituto César Santos, promoveu uma requalificação para cerca de 20 merendeiras. O principal objetivo da requalificação foi fortalecer e aperfeiçoar as competências das profissionais que atuam na preparação das refeições nas escolas da rede.
“A comida oferecida para o meu filho aqui na creche é muito boa e, até mesmo quando as merendeiras estão cozinhando, a gente, que é mãe, sente o cheiro lá fora. Elas têm todo um cuidado com a comida. Deixo meu filho aqui despreocupada, porque sei que ele vai se alimentar bem em todas as refeições do dia”, elogia a autônoma Paloma Silva, de 32 anos, que é mãe de Heitor Silva, de 2 anos, matriculado no grupo II da Creche Municipal Alcides Tedesco Rastelli, na Madalena, na Zona Oeste.

