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As primeiras letras contam a história de cada criança

Diario de Pernambuco

Publicado: 31/05/2025 às 10:00

Crianças são estimuladas desde cedo nas creches/Foto: Sandy James/DP Foto

Crianças são estimuladas desde cedo nas creches (Foto: Sandy James/DP Foto)

O programa Infância na Creche vai além de metas numéricas. Ele está integrado ao Plano Municipal para Primeira Infância, buscando garantir direitos, promover o desenvolvimento integral das crianças e apoiar as famílias. Foi na Creche-Escola Recife Miguel Arraes, e através do Programa Primeiras Letras, por exemplo, que Alícia Hadassa, 6 anos, aprendeu a ler e escreveu o primeiro “Eu te amo” em uma cartinha para a mãe, Liliane.

“Alícia começou a se desenvolver aqui e tinha 3 anos quando veio para a creche. Aqui foi onde ela aprendeu tudo o que sabe, faz desenhos carinhosos para mim, coloca muitos corações, escreve algumas coisas. Ela tem a afeição de conhecer as letras e deduz o nome que está escrito”, conta a mãe Liliane.

O Programa Primeiras Letras é voltado à alfabetização até os sete anos de idade. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), Recife saltou do 21º para o 6º lugar no ranking de alfabetização na idade certa entre as capitais, superando a média nacional e estadual.

O projeto recebeu um investimento de R$ 20 milhões até 2024 e é composto por seis eixos: formação de professores, de coordenadores e de gestores; material didático; matriz curricular; integração das escolas; incentivos para as escolas; parceria com professores, gestores e coordenadores pedagógicos, a fim de apoiar atividades realizadas dentro do ambiente escolar.

Segundo a prefeitura, o programa é a maior ação de alfabetização da história da Rede Municipal de Ensino do Recife e surgiu para garantir a alfabetização dos estudantes até os sete anos de idade e, consequentemente, melhorar a qualidade do ensino e elevar os resultados de aprendizagem.

O Infância na Creche também reformulou o sistema de matrícula. Antes, as vagas eram preenchidas por ordem de cadastro, favorecendo quem tinha mais acesso à internet e informação. Agora, o processo é baseado em critérios sociais, como estar inscrito no CadÚnico, ser filho de mãe adolescente, estar sob acolhimento institucional ou ter deficiência. Um algoritmo distribui as vagas com base em prioridades definidas pela Secretaria de Educação, permitindo que as crianças mais vulneráveis tenham acesso primeiro.

As famílias também podem escolher até três escolas por ordem de preferência, com base em localização ou desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O resultado é enviado por e-mail ou WhatsApp, e a prefeitura disponibiliza polos de apoio com agentes e equipamentos em diversas regiões da cidade, para garantir que ninguém fique de fora por falta de internet ou suporte técnico.

 

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