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Vida Urbana
DEMOLIÇÃO

Pamfa é oficialmente fechado após décadas de superlotação e más condições

Medida faz parte de um processo mais amplo que inclui demolições, transferências e novas construções em diferentes regiões do Estado.

Larissa Aguiar

Publicado: 30/05/2025 às 14:48

Pamfa é oficialmente fechado após décadas de superlotação e más condições/Fotos: Cristiano Regis/Seap

Pamfa é oficialmente fechado após décadas de superlotação e más condições (Fotos: Cristiano Regis/Seap)

O Presídio Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), uma das unidades do Complexo Prisional do Curado, no Recife, foi oficialmente desativado na manhã desta sexta-feira (30). A medida, segundo o Governo de Pernambuco, integra a estratégia do programa Juntos pela Segurança, que tem como objetivo reestruturar o sistema penitenciário estadual. O encerramento das atividades na unidade, conhecida há anos pelas más condições de infraestrutura, ocorre após a transferência gradual de cerca de 300 presos para outras unidades do próprio complexo.

Com a retirada dos últimos 30 internos, parte da estrutura do Pamfa começou a ser demolida, num gesto simbólico que incluiu a derrubada de setores como um dos pavilhões, a capela e o galpão de visitas. Embora o discurso oficial fale em “ressocialização com dignidade”, o encerramento da unidade penal ocorre sob o pano de fundo de críticas antigas à superlotação, insalubridade e violência dentro do complexo prisional cenário frequentemente denunciado por organizações de direitos humanos e familiares de presos.

“O prédio estava em condições extremamente precárias, com pouca habitabilidade. A desativação era inevitável”, afirmou o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, Paulo Paes. Desde março, o governo vinha transferindo os detentos do Pamfa para os presídios Juiz Antônio Luiz Lins de Barros e Frei Damião de Bozzano, também localizados no Curado. A promessa é de que as novas instalações ofereçam melhores condições de custódia e trabalho para os servidores penitenciários.

 

Não é a primeira vez que o Estado anuncia o fechamento de unidades com histórico de problemas estruturais. Em 2023, a Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, também foi desativada, após décadas de denúncias semelhantes. Em paralelo, o governo estadual inaugurou o Presídio Policial Penal Leonardo Lago (PLL), no Recife, com o argumento de que a nova unidade tem menor custo de manutenção e oferece condições mais adequadas.

A desativação do Pamfa se insere em um contexto mais amplo de mudanças na política penitenciária do Estado. Em Caruaru, no Agreste, a Penitenciária Juiz Plácido de Souza passa por reformas, e novos presídios estão sendo erguidos em Araçoiaba e Itaquitinga, municípios da Região Metropolitana do Recife. A previsão oficial é que, até 2026, o sistema ganhe quase 8 mil novas vagas.

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