TJPE determina relaxamento de prisão de vereadores de Ipojuca
Para juiz, não houve "situação flagrancial contemporânea". Flávio do Cartório, porém, continuará detido por já possuir mandado de prisão
Publicado: 19/11/2025 às 19:12
Vereadores de Ipojuca Flávio do Cartório (PSD) (à esq.) e Professor Eduardo (PSD) (à dir.) (Reprodução/Redes sociais )
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou, nesta quarta-feira (19), o relaxamento da prisão em flagrante dos vereadores Flávio do Cartório e Professor Eduardo, ambos do PSD e membros da mesa diretora da Câmara Municipal de Ipojuca, no Grande Recife. Apesar da medida, Flávio do Cartório seguirá detido por já possuir outro mandado de prisão.
Os parlamentares foram autuados pela Polícia Civil, por suspeita de lavagem de dinheiro, na tarde da terça-feira (18), no estacionamento de um supermercado no bairro de Boa Viagem, no Recife. Segundo a corporação, com eles, foram encontrados R$ 17 mil, em espécie, além de anotações que indicam “controle mensal de possível esquema de rachadinha”.
Para o juiz de direito Hugo Vinicius Castro Jimenez, da Central Especializada das Garantias da Capital, as circunstâncias da prisão dos vereadores não demonstram “situação flagrancial contemporânea” e decidiu pela soltura dos parlamentares.
Professor Eduardo, vice-presidente da Casa, responderá em liberdade com medidas cautelares. De acordo com a decisão, ele deverá comparecer a todos os atos e termos do processo e não poderá deixar o estado por mais de 15 dias sem autorização prévia.
Já Flávio do Cartório, presidente da Câmara, continuará detido. Segundo a decisão, além da prisão em flagrante, o vereador já possuía um outro mandado de prisão preventiva, referente à Operação Alvitre, que investiga o desvio de recursos públicos no município de Ipojuca.
De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, Flávio seria dono da associação Filhos de Ipojuca que teria recebido, através de emendas parlamentares, R$ 12 milhões em três anos. No momento da prisão, o vereador era monitorado pela PCPE.
A associação, conforme a polícia, não teria capacidade técnica para oferecer os serviços na área da saúde, que eram o objetivo das emendas, e havia contratado outra entidade, que foi alvo da primeira fase da Operação Alvitre.
O Diario entrou em contato com o advogado Raphael Julio Lyra Rego, que defende ambos os vereadores. Até o momento, não houve resposta.