Carlos Veras: governar Pernambuco não é prioridade para o PT Nacional
Presidente estadual do PT disse que tem "nomes de sobra" para o governo, e tem dialogado para que Pernambuco não seja o único estado a "ceder" em prol do projeto nacional
Publicado: 14/11/2025 às 16:50
Recife, PE, 25/08/2025 - Cerimônia de Posse do Novo Superintendente da Sudene Francisco Alexandre - Na manhã desta segunda-feira(25), ocorreu a cerimônia de posse do novo superintendente da Sudene, Francisco Alexandre. Estiveram presentes na solenidade, os deputados, Carlos Veras e João Paulo, o senador Humberto Costa a senadora Teresa Leitão, Secretario, Carlos Andrade Lima, Secretario, Valter Riberio e o ex-superintendente da Sudene, Danilo Cabral. ( Rafael Vieira)
O presidente do PT em Pernambuco, deputado federal Carlos Veras, afirmou, em entrevista à Rádio Folha nesta sexta-feira (14), que governar o estado não é uma prioridade da Executiva Nacional da legenda enquanto for preciso garantir o projeto da sigla para o Brasil. No caso de 2026, a meta do PT é reeleger o presidente Lula, e o Palácio do Campo das Princesas é uma ‘moeda de troca’ para firmar alianças nacionais.
“Somos um partido nacional. Quem mais ajuda e mais faz pelo estado é Luiz Inácio Lula da Silva. Preferimos Lula presidente a governar Pernambuco com presidente de outro partido”, declarou Veras. “Sempre nos colocamos à disposição para ajudar, nos doamos, fazemos o possível e impossível”, reforçou.
Mas o dirigente não deixou de sinalizar sua insatisfação com Pernambuco ser constantemente o estado a ‘ceder’ o executivo para partidos aliados. Ele disse estar negociando uma mudança nesse cenário.
“Tenho dialogado com outros líderes para que Pernambuco não seja o único a ceder. Temos outros estados também. Por que não podemos fazer essa construção? Não somos aliados? O PT não pode dar essa construção? Faz parte de um debate, de construir caminhos. Sou um homem de muita fé e acho que o povo de Pernambuco merece e precisa, vai sentir o jeito do PT de governar”, afirmou.
Veras avalia que o diretório tem “nomes de sobra” em seus quadros para se candidatar ao governo do estado, e que Pernambuco já poderia ter sido governado pelo PT se os planos nacionais não tivessem exigido deixar a disputa ou dividir o palanque com outras siglas.
O dirigente relembrou o “palanque duplo” de 2006, com Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB) lado a lado com Lula, e a decisão de retirar a candidatura da então petista Marília Arraes (Solidariedade) em 2018 em prol de apoiar o ex-governador Paulo Câmara (PSB) – duas oportunidades em que, aos olhos de Veras, o PT poderia ter ficado com o Palácio se não tivesse ‘cedido’ aos aliados.
O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores não deve, até o momento, lançar nomes para disputar o Palácio do Campo das Princesas em 2026. A legenda tem se posicionado em apoio à provável candidatura do prefeito do Recife, João Campos (PSB), assim como fez na reeleição do socialista na capital em 2024. Os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão são expoentes desse direcionamento, além de outras lideranças recifenses.
Algumas alas da sigla, protagonizadas pelo trio de deputados estaduais petistas, defendem a renovação do mandato da governadora Raquel Lyra (PSD). Mas apesar de eventuais acenos ao presidente Lula em agradecimento aos investimentos da União no estado, Raquel ainda não fez declarações públicas apoio – o que incomoda as lideranças do PT.
A prioridade do PT de Pernambuco – junto a federação formada com o PV e o PCdoB – é aumentar a representatividade nas casas legislativas estaduais e federais. Humberto Costa vai disputar a reeleição ao senado e acredita ter um espaço garantido na chapa de João Campos.