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Política
Eleições 2026

Raul Henry rebate Ricardo Nunes sobre apoio do MDB a Lula em 2026

Presidente do MDB-PE declarou que a sigla ainda não se posicionou sobre a disputa presidencial, e há correntes no partido que apoiam o petista

Guilherme Anjos

Publicado: 29/10/2025 às 13:37

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e presidente do MDB-PE, Raul Henry/Fotos: Divulgação/Ricardo Nunes; Wagner Ramos/PCR

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e presidente do MDB-PE, Raul Henry (Fotos: Divulgação/Ricardo Nunes; Wagner Ramos/PCR)

O presidente do MDB em Pernambuco, Raul Henry, rebateu a afirmação do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), de que o partido não deve apoiar o presidente Lula (PT) nas eleições de 2026. Ao Diario de Pernambuco, o pernambucano declarou que a sigla ainda não se posicionou sobre a disputa presidencial, e há correntes no partido que apoiam o petista.

“O MDB é muito heterogêneo. Da mesma maneira que Ricardo [Nunes] tem essa posição, nós temos três ministros dentro do governo Lula. O próprio presidente nacional [deputado federal] Baleia Rossi disse que só vai discutir isso no próximo ano. Vai depender de muita conversa para ver como é que o partido, de tamanha heterogeneidade, vai se posicionar”, afirmou Henry. A decisão será tomada em convenção partidária.

Os emedebistas no primeiro escalão de Lula são Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, Jader Filho, de Cidades, e Renan Filho, de Transportes – os dois últimos, com bases no Pará e em Alagoas. O MDB em ambos os estados do Nordeste vem se organizando em torno da reeleição do presidente, e até cobiça o cargo de vice, que hoje pertence ao PSB.

A proximidade entre Lula e o MDB nas regiões Norte e Nordeste passa, ainda, pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Marcelo Castro (MDB-PI) e Eduardo Braga (MDB-AM).

Embora não seja da base, o pernambucano Fernando Dueire (MDB) possui uma relação institucional próxima com o presidente. No âmbito estadual, o senador é parte da ala que defende a reeleição da governadora Raquel Lyra (PSD), cada vez mais distante de Lula.

Oficialmente, no entanto, o MDB em Pernambuco é aliado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que deve disputar o governo estadual e garante que vai estar com o petista em 2026. Raul Henry, inclusive, é secretário de Relações Institucionais da prefeitura do Recife. Procurado pelo Diario, Dueire não respondeu até a publicação desta reportagem.

Já o diretório paraense do MDB é um dos mais alinhados com o governo Lula. O ministro das Cidades é irmão do governador Helder Barbalho (MDB), que vêm trabalhando junto com a União para organizar a COP 30, sediada em Belém, capital do Pará, também governada por um emedebista, Igor Normando.

O MDB-PA também teria sinalizado, em setembro, interesse em filiar o ministro do Turismo, Celso Sabino, que está de saída do União Brasil após desobedecer a orientação do partido e decidir permanecer no governo Lula. É o mesmo caso do ministro dos Esportes, André Fufuca (PP). A federação União Progressista (União Brasil/PP) já declarou que não estará com Lula em 2026.

Ministros do MDB

Henry foi enfático sobre não haver qualquer orientação do MDB nacional para os ministros deixarem seus cargos. “De jeito nenhum, não tem nada parecido com isso. Nós tivemos um grande evento na semana passada para lançar um projeto para o país e estávamos todos reunidos. Não houve nenhuma menção a isso, nem de longe”, disparou.

Nos bastidores, uma posição do MDB contra a reeleição de Lula é considerada “sudestina”. O diretório de São Paulo quer levar o partido para um possível palanque do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), como gratidão por ter apoiado Ricardo Nunes nas eleições de 2024 para prefeito da capital paulista.

O presidente Baleia Rossi chegou a afirmar que o MDB tinha compromisso com Tarcísio para a reeleição ao governo de São Paulo, mas não confirmou se o mesmo valeria para a disputa presidencial.

Apesar de sua oposição a Lula não ser novidade, a fala mais recente de Nunes sobre uma posição do MDB acontece em meio a rumores de que ele considera deixar o partido caso decidam apoiar Lula em 2026.

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