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Conselho de Ética da Câmara analisa processo que acusa deputada de ferir Coronel Meira com caneta

Colegiado vai analisar 14 novos processos contra deputados federais nesta quarta-feira (8); a maior parte das representações foi apresentada pelo PL

Guilherme Anjos

Publicado: 07/10/2025 às 19:06

Deputados federais Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Coronel Meira (PL-PE)/Bruno Spada e Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

Deputados federais Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Coronel Meira (PL-PE) (Bruno Spada e Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados vai analisar, nesta quarta-feira (8), a representação nº 23/2025, que acusa a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) de ferir o pernambucano Coronel Meira (PL) com uma caneta. Meira estaria tentando apartar uma briga entre ela e Kim Kataguiri (União Brasil-SP) durante a sessão plenária do dia 17 de julho.

O desentendimento teve início quando Xakriabá, em discurso, acusou outros deputados de racismo. Ela alega que eles teriam desrespeitado o cocar de penas de pavão que ela vestia, considerado sagrado para o seu povo. Kim Kataguiri, em particular, teria a chamado de “cosplay [termo para ‘fantasia’] de pavão”.

“As pessoas estão preocupadas não com o que vão perder em floresta, que é proporcional ao tamanho do Estado do Paraná, mas com o meu cocar”, disparou.

“As pessoas podem ter bancadas inteiras para defender o seu interesse, mas não atacar uma mulher indígena pelo que ela veste. Eu não tenho problema de saber de onde venho. Eu não preciso ser chamada de cosplay, porque isso é um racismo televisionado e certamente eu tomarei as medidas necessárias”, acrescentou a parlamentar, antes de ter seu microfone desligado.

Com a escalada do tumulto, a psolista teria avançado contra o deputado com uma caneta em mãos. Meira teria sido atingido pelo objeto quando colocou sua mão na frente de Kataguiri, tentando impedir que os colegas partissem para as vias de fato. Após o incidente, o objeto foi retirado das mãos da parlamentar pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT).

Meira utilizou da sua fala para registrar o acontecimento ainda durante a sessão. “Presidente, quero registrar que fui agredido pela deputada Célia Xakriabá com uma caneta, quando eu coloquei o braço na hora que ela ia agredir o deputado Kim. É um absurdo uma parlamentar chegar a esse ponto, de agressão. Coloquei o braço só para ela não tocar, só isso, mais nada, e ela com a caneta me feriu. Isso é gravíssimo, isso não existe”, discursou.

O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) precisou acionar a polícia do Legislativo para conter o tumulto na Casa. Após a sessão, o Coronel Meira fez um boletim de ocorrência sobre o caso, mas Xakriabá nega que o feriu. Ela também acionou o Conselho de Ética contra Kataguiri.

Outros requerimentos

A Comissão de Ética da Câmara avalia mais 13 processos contra deputados nesta quarta. O campeão de requerimentos protocolados é o Partido Liberal, autor de seis representações – sendo três apenas contra o deputado André Janones (Avante-MG).

Janones é acusado pelo PL de ter vestido uma camiseta contendo um palavrão na Câmara, de ter pedido aos servidores que devolvessem parte dos salários para pagar dívida de campanha, e de ter ofendido o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) nas redes sociais.

Os outros denunciados pelo partido são Lindbergh Farias (PT-RJ), também por ter ofendido Gayer e pedido sua cassação, e Guilherme Boulos (PSOL-SP), acusado de ofender deputados durante uma reunião do Conselho de Ética em abril deste ano.

Três dos processos são do PSOL, sendo o de nº 21/2025 de autoria de Célia Xakriabá contra Kim Kataguiri pelo episódio de racismo envolvendo o cocar. O PT é autor de quatro pedidos, incluindo contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por atacar instituições democráticas e pela suposta participação na imposição de sanções contra o Brasil. A representação restante é do Novo.

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