"Não complica o Brasil, nos ajuda", diz Eduardo Bolsonaro sobre escolha de Rubio para negociações com o país
Filho do ex-presidente declarou que presença de Rubio nas negociações das tarifas com representantes do governo brasileiro foi um "golaço"; analista vê enfraquecimento do deputado
Publicado: 06/10/2025 às 22:32

Eduardo Bolsonaro (SAUL LOEB / AFP)
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a afirmar, ontem, que a escolha do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio para dar sequência às negociações com o Brasil foi um “golaço”.
Eduardo comentou no X declaração de um ex-embaixador ouvido pelo UOL que analisa que a presença de Rubio nas tratativas “não complica o Brasil”. “Não complica o Brasil, nos ajuda! A escolha do presidente Donald Trump só complica o regime de exceção. Golaço!”, escreveu.
Na análise do economista, doutor em economia e professor da FIA Business School, Paulo Feldmann. o filho do ex-presidente perdeu importância rapidamente por ter se exposto de forma indevida. “Defender que o Brasil fosse mais taxado não podia agradar ninguém. Ele já perdeu a sua popularidade há algum tempo, antes até do final da sentença do STF. E essa conversa com Trump em que Lula pediu que houvesse uma redução nas taxas, que eu acredito que vá acontecer, complica mais ainda a situação política dele”.
Feldmann diz que não apostaria em Eduardo Bolsonaro e acredita que nem os bolsonaristas ou até a família Bolsonaro o faça. “Acredito que ele acabou prejudicando muito a carreira política dele. Além de tudo, esse fato de ele pedir afastamento do Congresso para poder atuar nos Estados Unidos, suspensão do mandato, que não foi aprovado. É uma pessoa que está com problemas sérios e em decadência política”, analisa.
DIÁLOGO ABERTO
O especialista acredita que haja diálogo entre os presidentes Trump e Lula e entre suas respectivas equipes, o que leva a crer que possa haver eliminação de algumas taxas muito altas. “Mas não acredito em muitas mudanças porque o Trump está aplicando essas taxas para muitos países. Então, se Trump fizer muitas concessões para o Brasil, ele terá que fazer para os outros países também. Porém, essa política das megatarifas é a política econômica dele, claramente. Ele acredita piamente que, com isso, ele vai transferir empresas para os Estados Unidos, que justamente não conseguiriam exportar, então vão preferir fabricar em território norte-americano. Essa é a grande política econômica do Trump e ele vai levar isso à frente”.
Com Estadão Conteúdo

