Cogitar pena de 30 anos de prisão "não é razoável", diz advogado de Bolsonaro
Os réus formam o chamado "núcleo 1" da trama golpista
Publicado: 03/09/2025 às 13:54

Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Celso Vilardi (Foto: Gustavo Moreno/STF)
Para a defesa de Jair Bolsonaro (PL), cogitar uma pena de mais de 30 anos de prisão para o ex-presidente “não é razoável”. A declaração do advogado Celso Vilardi foi feita na manhã desta terça-feira (3), no segundo dia do julgamento do ex-mandatário e sete ex-auxiliares por tentativa de golpe de Estado.
Os réus formam o chamado "núcleo 1" da trama golpista, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável pela articulação de um plano destinado a reverter o resultado das eleições de 2022 e manter o então chefe do Executivo no poder.
De acordo com Vilardi, a “cogitação de pena para além de 30 anos, para um fato específico, que foi trazido por um delator, não é razoável. O assunto foi encerrado na conversa de 7 de dezembro. Então, o assunto encerrado, gerar uma pena de 30 anos, não é razoável”.
A fala faz referência à reunião de 7 de dezembro com comandantes das Forças Armadas. Segundo Vilardi, a conversa teria sido sobre “medidas constitucionais que não foram tomadas” e que, por isso, “não poderiam levar uma pessoa ser condenada”.
Também advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, afirmou que “um Estado de Defesa e um Estado de Sítio são um dos atos mais colegiados da nossa legislação. Eles não são, como se pode pensar, um ato de força unilateral do presidente da república”, afirmou o advogado. “Pela gravidade deles, é exigido esse alto grau de colegialidade e é indiscutível que o ex-presidente, em momento algum, deu início aos protocolos para convocação dessas medidas excepcionais”.
Para a defesa, “é indiscutível que o ex-presidente, em momento algum, deu início aos protocolos para convocação dessas medidas excepcionais”.
Com a afirmação, a defesa reforçou a tese de que o crime de abolição violenta do Estado de Direito e golpe de Estado seriam equivalentes. A declaração iria de encontro com o voto de Fux, em junho, que defendeu absolver Bolsonaro do crime de abolição violenta do Estado de Direito.

