Ipsos-Ipec: maioria discorda de que Lula fez tudo o que podia para evitar tarifaço
Desde o anúncio do tarifaço, no dia 9 de julho, frentes distintas tentaram negociar com o governo americano buscando diminuir o impacto das tarifas
Antonio Henrique M. F. C. de Gois
Publicado: 11/08/2025 às 17:42

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Para a maioria dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fez tudo o que podia para evitar o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entrou em vigor no último dia 6.
São 38% discordando completamente da ideia de que Lula esgotou esforços e recursos para que a tarifa sobre produtos brasileiros não fosse aplicada, enquanto 13% discorda em partes da afirmação totalizando 51%.
Os dados são da pesquisa do Instituto Ipsos-Ipec de agosto. Entre os 41% que acreditam que Lula fez tudo o que podia sobre o tema, 26% concordam totalmente e 15% em parte. A pesquisa Ipsos-Ipec entrevistou 2 mil pessoas em 132 municípios entre os dias 1º e 5 de agosto. O nível confiança é de 95% e a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.
Desde o anúncio do tarifaço, no dia 9 de julho, frentes distintas tentaram negociar com o governo americano buscando diminuir o impacto das tarifas. Uma comitiva de senadores foi até os Estados Unidos, mas sofreu obstáculos declarados pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que afirmou trabalhar para que os parlamentares brasileiros não encontrassem interlocução no país americano.
A guerra tarifária e os desdobramentos como a imposição da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o motim protagonizado por deputados e senadores na semana passada, são reações provocadas por Eduardo em ativismo pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que responde no Supremo por tentativa de golpe de Estado.
No último dia 1º, o presidente norte-americano chegou a dizer que "ama o povo brasileiro" e que Lula poderia falar com ele quando quisesse. O petista reagiu horas depois, afirmando que sempre esteve aberto ao diálogo e que no momento trabalhava para dar uma resposta às tarifas.
No dia em que as taxas entraram em vigor, Lula falou em entrevista à Reuters que "um presidente não pode ficar se humilhando para outro", mas que quando sua intuição dissesse que Trump quer negociar, ele não terá dúvidas em ligar.
Para 62%, Lula não deveria tentar reeleição
A pesquisa também questionou os participantes se Lula deve tentar ou não se reeleger no próximo ano, concorrendo a um possível quarto mandato na Presidência. Para 62% dos entrevistados, o petista não deveria se candidatar, enquanto 36% acredita que ele deveria. Outros 3% não sabem ou não responderam a questão.
O presidente teve uma leve melhora nas últimas pesquisas de intenção de voto e tem mirado 2026 com lançamento de programas sociais, agendas junto à população e reforço na retórica da soberania nacional como resposta ao tarifaço.

