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Política
ELEIÇÕES

De olho em 2026, governadores anunciam medidas de apoio a empresários

Tarcísio, Caiado e Ratinho Júnior, todos cotados à disputa presidencial, articulam respostas às medidas anunciadas por Donald Trump contra o Brasil

Correio Braziliense

Publicado: 24/07/2025 às 12:59

Governador de São Paulo Tarcísio de Freitas/Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Enquanto o governo federal ainda avalia cenários diante da possível adoção de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, governadores com projeção nacional se anteciparam e anunciaram medidas emergenciais de apoio a empresários. Os movimentos, liderados por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR), têm duplo efeito: proteção econômica e capital político.

Em São Paulo, Tarcísio, que num primeiro momento, chegou a apoiar a medida nas redes sociais, anunciou uma linha de crédito de R$ 200 milhões, com juros subsidiados, para empresas exportadoras afetadas pelas novas tarifas. Além disso, autorizou a liberação de créditos acumulados de ICMS. Embora o governador insista em seu projeto de reeleição, interlocutores políticos apontam que ele pode se tornar o nome de consenso da direita para a disputa presidencial de 2026, especialmente se contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No Centro-Oeste, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, aproveitou viagem ao Japão para anunciar a criação de uma linha de crédito voltada a exportadores goianos, com taxas abaixo de 10% ao ano, lastreada em recursos de ICMS. A medida exige que as empresas beneficiadas mantenham os empregos. Pré-candidato à Presidência, Caiado já havia lançado sua pré-campanha em abril, em Salvador.

No Sul, Ratinho Júnior determinou que a Secretaria da Fazenda do Paraná ouça os setores mais expostos ao mercado norte-americano, como madeira, café, suco de laranja e agropecuária. O estado exporta, em média, US$ 1,5 bilhão por ano para os EUA. A meta é formular medidas que compensem eventuais perdas provocadas pelas novas tarifas.

No Rio de Janeiro, o governo estadual criou um grupo de trabalho para estudar os impactos do tarifaço. Segundo levantamento preliminar, os setores mais atingidos seriam os de aço, petróleo, máquinas e equipamentos e pescado. O grupo avaliará linhas de crédito e medidas de incentivo à diversificação de mercados.

A movimentação dos governadores, embora bem recebida por empresários, foi minimizada por fontes do governo federal. Integrantes do comitê interministerial que discute o tema apontam que os pré-candidatos à Presidência usam o episódio para ganhos eleitorais. Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elogiou as iniciativas estaduais, mas alertou que seu impacto será limitado frente à gravidade da medida norte-americana.

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