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Política
Cúpula do Brics

Lula defende criação de Estado palestino e critica ações no Oriente Médio

Presidente Lula também declarou que "nada justifica ações terroristas do Hamas" em discurso de abertura na Cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro

Estadão Conteúdo

Publicado: 06/07/2025 às 14:02

Presidente Lula participa da abertura da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro/Ricardo Stuckert/PR

Presidente Lula participa da abertura da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro (Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a criação de um Estado palestino dentro dos limites criados em 1967 para garantir o fim do conflito na Faixa de Gaza, em seu discurso de abertura da Cúpula do Brics, que ocorre no Rio, neste domingo (6). A sessão de abertura tem como tema "Paz e Segurança e Reforma da Governança Global".

O presidente disse que "nada justifica as ações terroristas cometidas pelo Hamas, mas que não é possível permanecer indiferente ao genocídio praticado por Israel em Gaza" com a "matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra".

Lula mencionou outros conflitos globais, destacando que o governo brasileiro condenou os atentados em Caxemira - que ampliaram temporariamente tensões entre Índia e Paquistão.

O presidente frisou que as violações de integridade territorial dificultam esforços de não-proliferação de armas atômicas.

Sem citação aos EUA

Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Lula acusou ações sem amparo no direito internacional de aumentar a tendência de repetir de forma mais grave o "fracasso" das operações no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na Síria.

"Suas consequências para a estabilidade do Oriente Médio e Norte da África, em especial no Sahel, foram desastrosas e até hoje são sentidas", disse. Novo membro do Brics, o Irã foi recentemente atacado por forças americanas em uma ação para destruir seu programa nuclear e exigiu a menção de repúdio à escalada de tensões no Oriente Médio no comunicado final do bloco.

"O governo brasileiro denunciou as violações à integridade territorial do Irã, como já havia feito no caso da Ucrânia. É urgente que as partes envolvidas na guerra na Ucrânia aprofundem o diálogo"direto com vistas a um cessar-fogo e paz duradoura", acrescentou, sem mencionar a Rússia.

Lula acusou ainda a comunidade internacional de ignorar "gravíssimas crises em outras partes do mundo" e quem, para isso o Grupo de Amigos da Paz - liderado por Brasil e China - procura identificar caminhos para o fim das hostilidades com a participação do Sul Global.

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