CARNAVAL

'Minha música vem dos tambores e volta pra eles', diz Karina Buhr em retorno ao Recife

Publicado em: 11/02/2020 15:16 | Atualizado em: 26/01/2021 14:59

A cantora é uma das principais atrações do Sinspire Sonoro.  (Foto: Priscilla Buhr/Divulgação)
A cantora é uma das principais atrações do Sinspire Sonoro. (Foto: Priscilla Buhr/Divulgação)


A noite no Bairro do Recife Antigo se torna palco de uma maratona de shows do pré-carnaval. Entre os eventos, o Sinspire Sonoro prepara sua primeira edição, que será realizada da quarta-feira (12) até o sábado (15), com apresentações de artistas como Karina Buhr, Siba, DJ Dolores e Luísa Nascimento (Luísa e os Alquimistas). Serão quatro dias de festa: Antimatéria Pré Porto, na quarta-feira (12); Donas, na quinta-feira (13); Festa da Chapa Quente, na sexta-feira (14); e Dale Balanço, no sábado (15). Todos os dias de evento serão no Sinspire, localizado na R. da Guia (237).
 
Entre os destaques da programação está a baiana radicada no Recife, Karina Buhr. A cantora se prepara para trabalhar toda sua multiplicidade na temporada de momo, que inclui Jam no Antimatéria, palestra no Porto Musical, show no Rec-Beat e por fim, um viagem para Berlim para sua estreia como atriz. Desmanche, seu último álbum, teve boa recepção da crítica pela potência de sua sonoridade e agenciamento das tensões políticas em suas letras. Em entrevista ao Viver, a cantora conta um pouco sobre seu processo criativo e da sua participação carnaval do Recife. 

Entrevista - Karina Buhr, cantora
Em entrevista ao Viver a cantora fala sobre novo disco e temporada de carnaval.  (Foto: Priscilla Buhr/Divulgação)
Em entrevista ao Viver a cantora fala sobre novo disco e temporada de carnaval. (Foto: Priscilla Buhr/Divulgação)

Seu último trabalho se chama Desmanche. Quais são as possíveis nuances presentes no título do disco? 
Desmanche político e também o imperativo de desmanchar. Sem se desmanchar e transformar o que já somos e temos não alcançamos nada novo, no sentido do que podemos fazer pra sobreviver, pra transformar o que precisa ser transformado. São novos paradigmas, só desmanchando seguimos.
  
Nesse novo disco, a formação da banda mudou. De que forma isso influenciou o trabalho e quais foram as motivações para a mudança?
Eu quis testar outra maneira de arranjar, de gravar, quis trazer a percussão pra um lugar de protagonismo que tinha deixado de ter nos shows e trouxe ela pro lugar da bateria. A percussão sempre esteve presente no momento em que componho, mas quando levava pro palco ela estava desaparecida desde o primeiro disco solo, porque naturalmente a gente tava indo pra um lugar mais rock and roll. A bateria cumprindo tudo mesmo.
 
Desmanche é um disco muito intenso. Achei muito interessante um definição que você deu para o site Noize: “um punk de tambor”. Como tu enxerga as mudanças da sua sonoridade no decorrer da sua carreira? 
A percussão sempre esteve na frente junto com a voz, minhas músicas são isso. O que entra de harmonia é tão bem vindo quanto variável. Daí veio o punk te tambor, pela bateria não estar mais presente e no lugar dela a crueza dos tambores. Minha música vem dos tambores e volta pra eles, encontrar o meu som é sempre ir e voltar nisso, pode ser numa ciranda, num ijexá ou num punk rock.
 
Depois do carnaval no Recife, a cantora segue para Berlim.  (Foto: Helia Scheppa/Divulgação)
Depois do carnaval no Recife, a cantora segue para Berlim. (Foto: Helia Scheppa/Divulgação)
 
Nessa temporada Recife e Olinda ficam uma loucura. Além do pré-carnaval você vai se apresentar durante o carnaval, no Rec Beat. Como é essa época pra você? Qual a sensação de já fazer parte das atrações consagradas do carnaval? 
Eu comecei no carnaval, em 1994, no maracatu Piaba de Ouro e depois Estrela Brilhante do Recife. Bordei junto com amigas a primeira gola do Boi da Gurita Seca, bati bombo no bloco Angáatãnamù, lá nos anos 1990. É uma parte muito importante da minha vida. Me sinto em casa num baque de maracatu, numa sambada, atrás de uma orquestra de frevo, no palco da cidade, seja em Olinda, Recife ou qualquer cidade do interior de Pernambuco.
 
A apresentação da temporada foca no novo trabalho? Como ficou o repertório?
Essa temporada de carnaval vai ser uma mistura total de coisas que faço e fico muito feliz com isso. Vou participar da jam Antimatéria Pré-Porto com pessoas que amo e admiro, como Siba, Aishá e também o Bongar, participo de uma mesa no Porto Musical chamada “A Arte sequestrada”, participo do show da Orquestra Henrique Dias, na abertura do carnaval de Olinda e estreio o show Desmanche (repertório do disco novo e mais o que der tempo) no Rec Beat no sábado de Zé Pereira. No domingo de carnaval sigo pra Berlim pra estreia do filme em que trabalhei como atriz que estreia na Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim. Só alegria e todos os assuntos ao mesmo tempo, com direito a verão brasileiro e inverno europeu no mesmo fim de semana. Evoé! 
 
Programação completa Sinspire Sonoro: 
Antimatéria
Quarta-feira (12), às 22h 
Aishá Lourenço, Karina Buhr, DJ Dolores, Bongar, Siba, Paal Nilssen-Love, Tai Ramosleal, Una, Yuri Bruscky e GG Albuquerque
 
Donas
Quinta-feira (13), às 23h
Allana Marques, Malu Donazan e Riana Uchôa
 
Festa da Chapa Quente
Sexta-feira (14), às 23h
Joinhas Band + Lelo Bezerra, David Neves, Maria Beraldo e Grassmass, DJ Vinícius Lezo e DJ Sangue No Olho
 
Dale Balanço
Sábado (15), as 23h
Toca do Cuco, HTTP, TALISMÃ e Luísa Nascimento (Luísa e os Alquimistas) 

SERVIÇO
Sinspire Sonoro
Quando: Quarta-feira (12) até sábado (15)
Onde: Sinspire, R. da Guia (237)
Quanto: R$ 15 reais 
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