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Festival de Jazz e Blues traz groove de Nova Orleans ao Recife
Em sua 8ª edição, o evento traz para a capital de Pernambuco nomes como Em sua 8ª edição, evento promove shows de Yamandu Costa, Hermeto Pascoal e Terrie Odabi, entre outros destaques da música
Por: Allan Lopes
Publicado em: 18/05/2024 06:00
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| Crédito: Vinícius Grosbelli |
Assim como o ritmo enérgico das orquestras de frevo, os grooves do Blues e do Jazz encontram eco em saxofones, trompetes, trombones, clarinetes e uma variedade de percussões. Por isso, quem resolver dar um passeio no Parque Santana na tarde deste sábado, pode se confundir achando que é um carnaval antecipado. No entanto, trata-se do Festival BB Seguros de Blues e Jazz que irá apresentar uma série de shows gratuitos e ao ar livre, a partir das 14h30, no Parque Santana. Além das apresentações musicais, há opções de lazer para todas as idades no Festival, incluindo atividades recreativas para crianças, ações de sustentabilidade e o tradicional piquenique.
Para quem gosta da virtuose instrumental de lendas da música brasileira, é uma chance de ouro para assistir Yamandu Costa e Hermeto Pascoal tocarem no mesmo dia. Vencedor de dois Grammys Latinos, Hermeto Pascoal já foi chamado de “o músico mais impressionante do mundo” pelo lendário trompetista Miles Davis. Compositor, arranjador e multi-instrumentista, ele acumula um vasto repertório de mais de dez mil músicas e transforma cada uma de suas apresentações em uma experiência sonora única.
Com seu inseparável violão de sete cordas, Yamandu apresentará o repertório do álbum Recanto. O título carrega a lembrança de um lugar íntimo, querido, que remete o violonista às suas origens: o Rio Grande do Sul. Diante da tragédia que assola sua terra natal, o músico deseja transformar suas lembranças de infância em mensagens de esperança para seus conterrâneos. “Nossa intenção é transmitir a força que nosso povo gaúcho tem demonstrado em todo o país, com toda solidariedade que tem sido enviada de todos os cantos do Brasil”. Ao lado de amigos próximos, Guto Wirtti e Ernesto Fagundes, também gaúchos, Yamandu inicia a apresentação às 18h30.
Sendo a única atração internacional, a renomada cantora estadunidense Terrie Odabi - indicada ao Blues Music Award, considerado o "Grammy" do Blues nos EUA - retorna ao Brasil para encantar o público pernambucano com sua voz poderosa. Seu álbum My Blue Soul foi aclamado como um dos 50 melhores álbuns de blues de 2016, ao ponto de arrancar comparações com a lendária Etta James. “A curadoria internacional é bastante complexa porque os artistas, tanto aqui no Brasil quanto no exterior, têm agendas bastante ocupadas. É um processo que se inicia com bastante antecedência e envolve uma série de questões, mas é um trabalho muito prazeroso. Nosso objetivo é surpreender o público com um show que será inesquecível”, afirma Maria Dolores, produtora do Festival BB Seguros.
Recife hospedou o evento em três edições, de 2016 a 2019. A capital pernambucana é a única cidade do Nordeste que será invadida pelo jazz e blues, além de Brasília e São Paulo. Dolores enfatiza a efervescência artístico-cultural recifense como elemento chave para a cidade entrar mais uma vez na rota do Festival. “A cena cultural do Recife é vermelhante, bastante vibrante. Estamos muito felizes em retomar, pois é uma cidade incrível, com um público incrível. Esperamos ver todos vocês lá”. Em outras edições, a iniciativa levou a música de artistas do calibre de Robert Cray, Stanley Jordan, Al Di Meola, Toninho Horta, David Liebman, Som Imaginário, Zélia Duncan, Pepeu Gomes, Blues Etílicos, Joe Louis Walker, Wallace Roney Quintet, Maria Gadú, entre diversos outros
Ao oferecer acesso gratuito, o Festival BB Seguros permite que o grande público assista às performances de artistas que geralmente se apresentam apenas em locais de espetáculos elitizados no Brasil e no mundo. "É muito importante oferecer uma programação variada, não só na música, mas em todas as manifestações artísticas. Não devemos nos basear apenas no que está na moda ou no que as pessoas aparentemente querem ouvir. Quando oferecemos uma programação de qualidade, gratuita, e um evento bem organizado, o público comparece. Isso mostra que existe, sim, um público para esses tipos de música. O que realmente falta é a oferta”, conclui a produtora.
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