Artes visuais Estado quer receber exposição cancelada por protestos Com mais de 270 obras, a mostra explorava a diversidade dos gêneros

Por: Estado de Minas

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 12/09/2017 21:21 Atualizado em:

Uma das obras da exposição era Cruzando Jesus Cristo Deusa Schiva, de Fernando Baril. Foto: Fernando Baril/Reprodução
Uma das obras da exposição era Cruzando Jesus Cristo Deusa Schiva, de Fernando Baril. Foto: Fernando Baril/Reprodução

Depois de ser cancelada pelo Santander Cultural, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a exposição Queermuseu - Cartografias da diferença na arte brasileira pode ser reaberta em Belo Horizonte. A possibilidade foi levantada numa conversa entre um amigo em comum do curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, e o Secretário Municipal de Cultura de BH, Juca Ferreira. Em entrevista ao Estado de Minas, o secretário disse que vê com "bons olhos" a exposição.

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"O curador sinalizou que gostaria de vir para BH pelo clima de liberdade e aceitação que estamos vivendo aqui. Um amigo me ligou e disse que havia essa possibilidade, e eu disse que a via com bons olhos, mas ainda não podemos confirmar nada", afirmou o secretário. Ainda de acordo com Ferreira, é preciso avaliar as possibilidades para a vinda da mostra. "Custa dinheiro trazer uma mostra desse porte para a cidade. Precisamos de um investidor, de patrocínio e de estudar um espaço cultural viável para abrigar a exposição".

Em seu perfil no Facebook, o sociólogo e ex-ministro da Cultura dos governos Lula (2008-2011) e Dilma Rousseff (2015-2016) levantou a bandeira a favor da exposição e afirmou que "diante de qualquer tentativa de censura à arte, a única coisa a não fazer é ceder". Ele disse ainda que é lamentável a decisão do Santander Cultural de fechar a mostra e afirmou ser "inadmissível que, no Brasil, ainda sejam praticados atos autoritários de interdição a obras de arte e a outras formas de expressão baseados na opinião de grupos moralistas, sectários, fundamentalistas religiosos".

A assessoria de imprensa do Santander Cultural descartou a hipótese de a mostra Queermuseu vir para Belo Horizonte com o patrocínio do banco. De acordo com a assessoria, a exposição foi fechada por conta dos protestos e não há nenhuma possibilidade de reabertura, a não ser que o curador encontre outro patrocinador. A mostra contava com mais de 270 obras, que exploram a diversidade dos gêneros, e estava prevista para ir até 8 de outubro no Santander Cultural, mas foi fechada no domingo (10). Na segunda-feira (11), o Banco Santander comunicou que irá devolver à Receita Federal os R$ 800 mil captados via Lei Rouanet para a realização da exposição.

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