Letras Morre o escritor Peter Esterhazy, destaque da literatura húngara Ele tinha um câncer no pâncreas, descrito na última obra da carreira

Por: AFP - Agence France-Presse

Publicado em: 14/07/2016 18:04 Atualizado em:

O escritor húngaro Peter Esterhazy, em Frankfurt, em 2004. Foto: Arquivos John MacDougall/AFP
O escritor húngaro Peter Esterhazy, em Frankfurt, em 2004. Foto: Arquivos John MacDougall/AFP


O escritor húngaro Peter Esterhazy morreu nesta quinta-feira, aos 66 anos, devido a um câncer no pâncreas, sobre o qual falou em sua última obra, anunciou seu editor, citado pela agência de notícias húngara MTI. Krisztian Nyary, diretor da editora Magveto, indicou que o escritor faleceu à tarde.

Esterhazy inaugurou em junho a feira de livros de Budapeste, onde apresentou sua última obra, Journal intime du pancréas (Diário do pâncreas, em tradução literal), no qual mencionou sua luta contra a doença que acabou por lhe tirar a vida.

Nascido em Budapeste no dia 14 de abril de 1950, Peter Esterhazy cresceu em uma família aristocrática que teve seus bens tomados em 1948 após a o Partido Comunista ganhar o poder.

Foi estudante de Matemática e trabalhou durante quatro anos - de 1974 a 1978 - no instituto de informática do Ministério da Indústria antes de se dedicar exclusivamente à literatura.

Sua obra mais importante é Harmonia caelestis (2000) em que conta a história de sua família, de seus ancestrais na época do império austro-húngaro até a perseguição pela ditadura comunista.

Em 2005, com o título Revu et corrigé (Revisto e corrigido, em tradução livre), publicou uma nova versão de Harmonia caelestis ao descobrir que seu pai havia sido um informante da polícia política durante a época comunista.

Considerado como a personalidade mais importante "da nova prosa húngara", Esterhazy deixa uma obra caracterizada por sua diversidade estilística e seus experimentos formais, uma prosa "cheia de vida" segundo o escritor americano John Updike.

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