Sintonia Música do pagodeiro Belo é a que mais tocou nas rádios do Recife em 2015 Apenas 17 músicas sertanejas estão entre as 100 mais tocadas pelas emissoras recifenses, apesar de o gênero ser o mais ouvido do Brasil

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 17/01/2016 12:04 Atualizado em: 18/01/2016 19:08

Música Porta Aberta, de Belo, foi a mais executada pelas rádios do Recife em 2015. Foto: Sony/ Divulgação
Música Porta Aberta, de Belo, foi a mais executada pelas rádios do Recife em 2015. Foto: Sony/ Divulgação

 
O ouvinte das rádios FM do Recife tem perfil bem distinto da média nacional. Quem sintoniza as principais estações da capital pernambucana não escuta tanto sertanejo quanto no Brasil afora, por exemplo. Quando ouve, são aqueles velhos conhecidos, como Zezé di Camargo & Luciano. Entre as 30 músicas mais tocadas por aqui no ano passado, mais da metade eram em inglês (na média nacional, só aparece uma, hit de Ed Sheeran). As inferências podem ser feitas a partir de pesquisa da Crowley Broadcast Analysis, empresa especializada em monitoração de rádio. No Brasil, a música mais tocada em 2015 foi Escreve aí, de Luan Santana. No Recife, Porta aberta, de Belo.

Para a programadora da rádio Recife FM, Solange Ramos, o gênero brega, um ícone musical pernambucano, começou a perder o interesse dos ouvintes desde agosto do ano passado. “Isso abriu algum espaço para o sertanejo e manteve firme a preferência pelo forró, especialmente por artistas como Wesley Safadão, que está em um bom momento da carreira”. Já o diretor comercial da Mix FM, Alexandre Belcistia, destaca a interação com as novas plataformas de consumo de música, como o Spotify. “Não é uma ameaça, pois gera custo de assinatura. Quem tem melhor situação de vida vai comentar com o colega sobre a nova música da Adele, e ele vai sintonizar o rádio para ouvir a mesma coisa”.

 

 





Sertanejo, mas nem tanto
Enquanto o Top 100 nacional (as mais tocadas em 2015) tem 75 músicas sertanejas, o Top 100 Recife tem apenas 17. Se, no Brasil como um todo, o gênero tem facilidade para abrir as portas a novos artistas (a exemplo de Thaeme & Thiago, George Henrique & Rodrigo, Bruninho & Davi), na capital pernambucana o espaço ainda é ocupado por veteranos como Bruno & Marrone, Zezé di Camargo & Luciano e Luan Santana.



Around the world
O ouvinte recifense parece ter uma preferência especial pelos hits importados de outros países, se comparada com a média nacional. Das 30 músicas mais tocadas na cidade, no ano passado, 16 delas são de artistas de fora. No ranking brasileiro, por outro lado, existe apenas uma música entre os Top 30: Ed Sheeran - Thinking out loud.



Todo dia, às 18h
A crença religiosa dos ouvintes garantiu, no ano passado, 233 execuções da nada nova Ave Maria, de Edson Cordeiro. As seis rádios pesquisadas (nenhuma delas voltada para programação gospel) também foram responsáveis por tocar 506 vezes Deus faz um milagre acontecer, de Frei Damião, 344 vezes Sonhos de Deus, de padre Marcelo Rossi, e 293 vezes Restaura a família, de padre Reginaldo Manzotti - entre as mais executadas

 


Não deixe o samba morrer
O pagode romântico pode até não viver mais tempos áureos, como nos anos 1990, mas, de mãos dadas com o samba, ainda consegue galgar um bom espaço no gosto do ouvinte de rádio. Remanescentes de grupos como Só Pra Contrariar, Exalta e Revelação continuam na ativa e emplacaram dez sucessos no Top 200 do Recife. Estão na lista Belo (o primeiro lugar, vale ressaltar), Sorriso Maroto, Thiaguinho, Turma do Pagode, Alexandre Pires, Xande de Pilares, Gigantes do Samba.



Funk ganha espaço
Campeã de hits no Top 200 Recife, com cinco hits entre as mais executados, Anitta traz a reboque outros nomes do funk. Garantiram posições no ranking das rádios recifenses MC Ludmilla, Sapão, Valesca e MC Tati Zaqui.



Pratas da casa
A banda de brega Musa é a legítima representante de Pernambuco entre as mais tocadas, mas o ranking também traz outros artistas e bandas que, embora não sejam daqui, têm forte relação com o estado, como Alcymar Monteiro e Gabriel Diniz.



O rock morreu
Pela primeira vez desde o início da monitoração da Crawley, em 1999, não há nenhum rock no Top 100 Brasil. Na capital pernambucana, se ampliado o espectro para as 200 mais tocadas, a lavoura é salva - em parte - pela novata banda Malta e pela veterana Capital Inicial.

 

 



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