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TV Selton Mello fala sobre volta à TV na minissérie Ligações Perigosas Astro não atuava na telinha desde A Mulher Invisível, há cinco anos

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 23/12/2015 11:40 Atualizado em: 23/12/2015 17:26


Trama da nova série é adaptação de romance de Chordelos de Laclos. Foto: TV Globo/Reprodução
Trama da nova série é adaptação de romance de Chordelos de Laclos. Foto: TV Globo/Reprodução

Selton Mello está prestes a completar 43 anos, mas acha que só a essa altura, vestido como o sedutor Augusto de Valmont, terá sua maturidade de fato explicitada em um personagem. O papel que Chordelos de Laclos criou lá em 1782 e John Malkovich encarnou no cinema, para o romance Les Liaisons Dangereuses, será, para Selton, a prova cabal de que está pronto para parecer mais velho do que aqueles meninos que viveu em Meu nome não é Johnny, A cura e Os Maias. Não que ele não possa voltar a fazer um ou outro tipo de frescor jovial, mas o tipo da vez, protagonista – ao lado de Patrícia Pillar – da minissérie Ligações perigosas, endossa que o ator e diretor está pronto para ampliar a faixa etária de seu leque de criaturas. A atração estreia dia 4, na Globo, após A regra do jogo.

Com texto de Manuela Dias e direção de Vinicius Coimbra, a adaptação do clássico francês se passa agora na década de 1920, numa cidade portuária brasileira, sem compromisso com tempo e espaço, e será contada em dez episódios, de segunda a sexta. Na minissérie, Augusto vive um jogo de sedução com a devota católica Mariana (Marjorie Estiano), que beira um ritual de caça e promete produzir no espectador a tensão necessária para que ele sintonize o programa no dia seguinte.

Longe da tela da TV há cinco anos, desde A mulher invisível – vencedora do Emmy internacional de série -, Selton não esteve, no entanto, longe do veículo. Depois de três filmes – e agora a caminho do quarto, O filme da minha vida – era hora de dirigir para a TV, expediente que honrou com Sessão de terapia, no GNT. 

Entrevista >> Selton Mello

O que o motivou a voltar para a frente das câmeras?

Augusto de Valmont, e faço questão do sobrenome, é um personagem clássico. Foi escrito em 1782, é superatual: as questões humanas sempre farão sentido. E eu estava há um tempo sem atuar. Foram três anos de mergulho no Sessão de terapia, que foi ótimo, foi uma delícia viver aquele período, e aí dá vontade de atuar. Porque passar três anos atrás das câmeras, trabalhando com grandes atores, vendo ali na minha frente grandes solos, me deu vontade de fazer alguma coisa. Ligações foi tipo perfeito, na hora certa. Minha geração ficou encantada com o filme, eu me lembro, do fim dos anos 1980. O livro é dificílimo de adaptar, todo em cartas, epistolar, e a Manuela fez um trabalho excelente. É uma autora em franca ascensão, ela é realmente muito boa, é danada, trabalha muito. É vibrante.

Você, tendo trabalhado como diretor, resiste à tentação de ser um ator que dá pitaco no set?
Acontece comigo o contrário. Sempre fui um ator muito autor. Sempre fui o ator que diz: ‘podemos mexer nisso’? ‘Essa fala pode ser assim?’ Quando comecei a dirigir, vem essa coisa: ‘ah, agora você dirige, então fica dando palpite’. Só que eu sempre dei. Sempre fui um ator questionador. Hoje, o que acontece é que eu sei exatamente como aquilo é feito. Sei todas as dificuldades, sei como é a montagem, que coisas vão ser cortadas, pelo bem do ritmo.

Você recusa muita coisa?
É deselegante dizer ‘recusa’, né? Mas... sim, sou muito requisitado para muitas coisas, dirijo também, então, tem vários quereres na vida, tenho que fazer escolhas. Tive Sessão de terapia por três anos. Me estimula, como ator, dirigir. Uma coisa alimenta a outra.



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