EXPULSÃO

Policial acusado de matar adolescente no Ibura é expulso da corporação

Portaria que expulsou 3º sargento Luiz Fernandes Borges da Polícia Militar foi divulgada no Diário Oficial desta sexta-feira (20), quase dois anos após crime

Publicado em: 20/04/2018 12:20 | Atualizado em: 20/04/2018 13:35

Mário de Andrade Lima tinha apenas 14 anos quando foi torturado e assassinado pelo ex-terceiro sargento da Polícia Militar. Crédito: Reprodução / Facebook

Na manhã desta sexta-feira (20), Joelma de Andrade recebeu a notícia pela qual esperava há pouco menos de dois anos. O policial militar que torturou e matou o seu filho de apenas 14 anos foi expulso do cargo pela Secretaria de Defesa Social. Na luta para provar que o Mario Andrade de Lima não era um bandido, Joelma lutou para conseguir limpar a reputação do adolescente.

O crime aconteceu no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, em julho de 2016, mas a deliberação que oficializou a retirada do terceiro sargento Luiz Fernandes Borges foi publicada por meio de uma portaria no Diário Oficial da União nesta sexta. No documento da União, a descrição do caso aponta para embriaguez alcoólica de Luiz Fernandes no dia do crime.

Apesar da medida ser um avanço na luta de Joelma para provar a inocência do filho, ainda é necessário que Luiz Fernandes seja levado à júri para fechar o ciclo. “Ele acabou com a vida do meu filho. Na próxima segunda eu já vou para o Fórum, acompanhada do advogado, solicitar ao juiz uma audiência para que ele seja levado à juízo para pagar pelo que fez”.

Relembre o caso

Mário Andrade de Lima foi assassinado aos 14 anos de idade na noite de 25 de julho de 2016 quando andava de bicicleta com um amigo na Avenida Dois Rios, um dos principais pontos de acesso ao bairro do Ibura, Zona Sul do Recife. Naquela noite, a bicicleta na qual o menino estava colidiu com a moto do sargento Luiz Fernandes Borges, que, segundo testemunhas, estava com sinais de embriaguez e andava em zigue zague na pista. O oficial de 50 anos pediu que o menino deitasse no chão, o atingindo com coronhadas e três tiros. 

O amigo de Mário correu, mas também foi atingido por tiros e ficou internado no Hospital da Restauração, sendo o único sobrevivente do crime. A princípio, o sargento chegou a afirmar que atirou para se defender de dois assaltantes. O acusado se apresentou à polícia no dia 3 de agosto, exatamente uma semana após o corpo do garoto ser enterrado no Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife.
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