Olinda

Cães treinados vão atuar em escolas com crianças e adolescentes com deficiência

Ação deve acontecer a cada 15 dias em seis unidades municipais

Publicado em: 03/04/2018 12:51 | Atualizado em: 03/04/2018 14:27

Foto: Maíra Correia/Prefeitura de Olinda/Divulgação

Cássia Leôncio é psicopedagoga da rede municipal de ensino de Olinda. Em 2015, precisou colocar uma prótese na coxa direita. O problema de saúde terminou provocando um comportamente diferente em Max, seu cão gold retriever. Aparentemente preocupado com a amiga, o animal passou a ficar ainda mais junto dela, a ponto de colocar as patas sobre a perna adoecida, em sinal de cuidado. Comovida com a cumplicidade de Max, a psicopedagoga decidiu criar o projeto Bolinha de pelo. A iniciativa é voluntária e começou a ser desenvolvida junto a crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência matriculados na Escola Municipal Professora Norma Coelho, em Peixinhos, há dois anos. Ontem, foi anunciada a ampliação do atendimento para mais cinco escolas da rede. Ao todo, o município tem 15 escolas com crianças com deficiência matriculadas.

Desde sua implantação, o projeto chegou a 22 pessoas. A expectativa é alcançar cem, este ano. Além de crianças e adolescentes, também podem passar pela experiência adultos matriculados no programa Educação de Jovens e Adultos (EJA). Vão participar do projeto os cães Max, Mel, Aurora, Luna, Raio de Sol e Justin, todos do projeto Cães doutores, animais adestrados que atuam nos hospitais Imip, Barão de Lucena e Clínicas, e na Associação Afeto, Novo Rumo e na Comunidade Rodolfo Aureliano (Craur), um abrigo para crianças com deficiência.

Especialistas afirmam que os cães ajudam a desenvolver a afetividade e a sociabilidade das crianças. “O comportamento relacionado à rotina muda e eles passam a dar bom dia e fazer uma oração, por exemplo”, explicou Aline Raquel, estagiária de psicologia que atua na Escola Izaulina da Costa e Silva, uma das unidades a serem beneficiadas com o projeto. Também receberão os cães, meninos e meninas das escolas Claudino Leal, Coronel José Domingos, Lions Dirceu Veloso e Pro menor.

Cássia tenta manter o projeto em ação a cada quinze dias em cada escola, mas a iniciativa depende também da disponibilidade dos voluntários. Neste ano, por exemplo, a Escola Norma Coelho somente recebeu a ação duas vezes. Wesly Saraiva, 16 anos, tem deficiência e estuda na unidade. “Ele chega em casa contando que brincou com o cachorro, jogou bolinha de papel para ele pegar e que limpou o animal com um paninho”, contou a mãe do adolescente, Sandra Melo, 42.

Apesar da boa notícia da ampliação do Bolinha de pelo, Aurenice Menezes da Silva, 67, avó de um adolescente de 15 anos com deficiência, queixou-se de falta de acompanhante na sala de aula da Norma Coelho, direito previsto em lei. “Por isso ele somente está indo para a escola duas vezes por semana”, lamentou a mulher. Elizângela Brito, da Escola Norma Coelho, disse que o acompanhante para o aluno já foi solicitado à Secretaria de Educação e deve chegar até o final deste mês.
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