Redes sociais

Blogueira, acusada de discriminar criança com síndrome de down, presta depoimento na Justiça

Júlia Salgueiro foi denunciada pela família por fazer comentários pejorativos nas redes sociais. Ela alegou estar com depressão e tomando medicamentos, quando escreveu o comentário

Publicado em: 25/04/2018 08:10 | Atualizado em: 25/04/2018 08:43

Júlia saiu da audiência sem falar com a Imprensa. Foto: Rafael Martins/DP

A blogueira Júlia Salgueiro, que em março do ano passado fez comentários discriminatórios contra um bebê com Síndrome de Down nas redes sociais, prestou depoimento na tarde da última terça-feira (24) na Vara dos Crimes contra a Criança da Capital. Foi a primeira vez que Júlia ficou frente a frente aos pais da criança ofendida. Após uma hora de depoimento, ela pediu desculpas aos pais do bebê. Júlia saiu da audiência de instrução sem falar com a Imprensa. 

A sessão foi acompanhada por um promotor de Justiça, o advogado da acusada e duas testemunhas, além da tia da criança. Os comentários de tom pejorativo foram registrados em uma foto da criança, na época com 11 meses, pela blogueira no dia 21 de março de 2017 e causaram muita repercusão nas redes sociais. Júlia comparou crianças com síndrome a filhotes de cachorro. 

O advogado de defesa de Júlia, Humberto Cavalcante, informou que a acusada declarou usar medicamentos contra depressão. “Os remédios que ela tomava, a deixavam delibitada. Faziam com que ela tivesse distúrbios como crises de amnésia e de agressividade e, infelizmente, acabaram causando os comentários”, justificou.

Os pais da criança, a advogada Maria Cláudia Albuquerque e Heitor Durval Dantas compareceram à audiência e disseram estar aliviados. "A gente quer que isso não aconteça mais e que as pessoas tenham mais respeito", disse Heitor. O juiz da Vara de Crimes contra a Criança não divulgou ainda a sentença. 

Júlia chegou a ter a prisão preventiva decratada em 3 de abril de 2017. Em 7 de abril, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu denúncia contra a blogueira pela prática de incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência. No entanto, o MPPE foi ao contrário à prisão. Júlia acabou não sendo presa. 
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