NATAL Campanha Papai Noel dos Correios conta com adoção online de cartinhas Neste ano, mais de 25 mil cartinhas de crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade social são esperadas

Por: Isabela Veríssimo

Publicado em: 16/11/2017 12:34 Atualizado em: 16/11/2017 12:52

Nem o Papai Noel ficou de fora da era digital este ano. A grande novidade é que as cartinhas, comumente deixadas na Campanha Papai Noel dos Correios estão também disponíveis no site para quem estiver com o coração aberto a ajudar. Para adotar os pedidos, é só fazer o cadastro online, escolher a cartinha e entregar o presente pessoalmente na Agência Central do Recife (Avenida Guararapes) e no Centro Cultural Correios (Av. Marquês de Olinda). Mais de 25 mil cartinhas de crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade social são esperadas. No ano passado, foram recebidas cerca de 18 mil. Somente no Recife e região, foram mais de 11 mil presentes entregues.

Para quem quer fazer um pedido ao bom velhinho, é possível deixar a carta até o dia 11 de dezembro. Foto: Júlio Jacobina/DP
Para quem quer fazer um pedido ao bom velhinho, é possível deixar a carta até o dia 11 de dezembro. Foto: Júlio Jacobina/DP

 
Para quem quer fazer um pedido ao bom velhinho, é possível deixar a carta até o dia 11 de dezembro em algum dos dois pontos citados. Nelas, é necessário que tenha o nome da criança, o endereço e o pedido para o Papai Noel. Depois de lidas e selecionadas, as cartinhas são disponibilizadas com um código único, sem o endereço da remetente. A iniciativa preserva a privacidade em atendimento a recomendação do Ministério Público. A entrega direta do presente também não é permitida. Desta forma, estão prontas para serem adotadas através do site ou em algum dos pontos fixos até o dia 22 de dezembro.

A campanha contempla também estudantes das escolas de rede pública e de instituições parceiras a fim de estabelecer uma parceria que promova o desenvolvimento da habilidade da redação, o endereçamento correto e uso do CEP. As cartinhas são dividas por pedidos para facilitar a escolha de acordo com a disponibilidade de quem vai adotar. Bolas, bonecas e bicicletas são os desejos mais comuns.

O pequeno José Augusto Bezerra luta há 8 anos contra a falciforme. Foto: Júlio Jacobina/DP
O pequeno José Augusto Bezerra luta há 8 anos contra a falciforme. Foto: Júlio Jacobina/DP


O pequeno José Augusto Bezerra, de 8 anos, luta contra a falciforme. Três vezes por mês, faz tratamento na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) e deixou nesta quinta-feira (16) o pedido para o Papai Noel. “Estou pedindo uma bicicleta ou um tablet. Prefiro o tablet para ficar jogando enquanto estou no hospital”, conta. A mãe Vera Lúcia, de 54 anos, fica tomando conta do garoto durante todo o dia. “É a primeira vez que ele vem trazer a cartinha. A doença já atingiu o fígado e o coração. Espero que o Papai Noel lhe responda para que ele fique mais feliz”, diz, mantendo-se na torcida.

André Silva de Souza foi à Campanha Papai Noel dos Correios escolher algumas cartinhas. Foto: Júlio Jacobina/DP
André Silva de Souza foi à Campanha Papai Noel dos Correios escolher algumas cartinhas. Foto: Júlio Jacobina/DP


Ao chegar nos Correios, o dentista André Silva de Souza se deparou com José. Quando a criança saiu, prontamente o homem foi atrás da cartinha. “O que ele pediu? Quero adotar a cartinha dele”, comentou. Por questões burocráticas de cadastro - citadas acima -, André não conseguiu adotar a carta de José. “Foi uma pena, mas tudo bem. Já peguei a de outra criança que está pedindo uma bola de couro e vou pegar mais algumas”, continuou lendo os pedidos. “É tão importante… Crianças carentes que não têm acesso ao que posso dar aos meus filhos. Sempre há tempo de agir”, afirmou.

 
"Venho por comprometimento", afirma o administrador Alberi Petersen, de 50 anos. Foto: Júlio Jacobina/DP
"Venho por comprometimento", afirma o administrador Alberi Petersen, de 50 anos. Foto: Júlio Jacobina/DP
 
O administrador Alberi Petersen, de 50 anos, já participou da campanha mais de uma vez. Este ano, marcou presença novamente e enfatiza a responsabilidade social que espera das pessoas. “Não estou aqui por desencargo de consciência. Venho por comprometimento. É o mínimo que podemos fazer, mas não bastar ser generoso e solidário só no Natal. É uma luta diária de preocupação para que essas crianças tenham acesso ao básico, como políticas públicas. Precisamos prestar atenção nas nossas crianças”, expõe.


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