Tragédia Começam perícias e investigações sobre desabamento de prédio em Garanhuns Corpos das duas vítimas estão sendo liberados pelo Instituto de IML e serão sepultados ainda hoje

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 11/07/2017 08:18 Atualizado em: 11/07/2017 08:40

Começam perícias e investigações sobre desabamento de prédio em Garanhuns. Foto: WhatsApp/Cortesia
Começam perícias e investigações sobre desabamento de prédio em Garanhuns. Foto: WhatsApp/Cortesia

Têm início nesta terça-feira as perícias e as investigações sobre o desabamento de um prédio residencial em Garanhuns, no Agreste, que terminou com a morte de duas pessoas. O caso está sendo acompanhado pelo delegado Garanhuns, Patrick Allen. A área permanece isolada e, esta manhã, moradores dos prédios vizinhos, que também estão interditados, iniciaram a retirada de pertences, sob a supervisão do Corpo de Bombeiros.

A prefeitura decretou luto oficial de três dias. Os corpos das vítimas estão sendo liberados pelo Instituto de Medicina Legal (IML) e serão sepultados ainda hoje. O servidor público Antônio Arcoverde, de 27 anos, será velado na Câmara Municipal de Garanhuns e será sepultado no cemitério do município no final da tarde. Já o corpo do aposentado Edval Soares da Silva, de 66 anos, será enterrado na cidade de Pesqueira.

O primeiro corpo encontrado foi de Antônio. Ele era casado com Genicélia Cardoso de Lima, 29, que escapou do desabamento com apenas um corte no braço. A filha do casal, com 20 dias de nascida, não teve ferimentos. Depois de receber pontos no Hospital Regional Dom Moura, a mãe recebeu alta, junto com o bebê.

No início da noite, foi encontrado o corpo da segunda vítima, Edval. Ele estava sob uma laje que precisou ser quebrada para facilitar o resgate. Edvaldo estava no térreo do prédio quando voltou para pegar documentos no apartamento dele.

Tragédia anunciada - Em 2008, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PE) notificou a obra porque era feita sem um engenheiro responsável técnico. Na época, inclusive, houve um desmoronamento em um dos três blocos do condomínio - ainda não se sabe se o mesmo que desabou na manhã de ontem. O Crea está verificando em documentos no órgão se a contratação de um especialista foi feita.

O desabamento aconteceu por volta das 6h de ontem. Cada bloco tem três pisos, pilotis e garagem. Havia dois apartamentos por andar, ou seja, seis no total. Todos eram ocupados. Segundo informações repassadas para o Crea, atrás dos blocos também foi construído um muro de arrimo porque a área é íngreme. Essa obra também exige a contratação de um engenheiro. Por isso o órgão vai investigar se uma possível contratação de um profissional após a notificação foi para acompanhar o muro ou a obra dos três prédios do residencial.

O Crea tem a função de verificar se a obra tem profissional habilitado e se a a empresa tem registro no Crea. Enquanto isso, a Polícia Civil vai investigar se houve imperícia ou imprudência na obra ou na manutenção do prédio. Os outros dois blocos estão interditados para vistoria.

Outros moradores escaparam porque começaram a ouvir estalos ainda de madrugada no prédio, localizado na Rua Desembargador João Paes, no bairro de Aluísio Pinto. Apenas a família do bebê não teria acordado. Já o economista José Tavares disse ter escapado porque fez uma viagem não planejada para a Bahia, onde foi visitar o sogro e a sogra.



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