Sertão Educação no semiárido discutida em evento Tema volta a ser debatido nesta terça-feira, quando será assinado um documento a ser enviado ao MEC

Por: Anamaria Nascimento

Publicado em: 13/06/2017 10:33 Atualizado em: 13/06/2017 10:35

Experiências exitosas em educação no semiárido estão sendo apresentadas em evento promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e serão compiladas em um documento, que será encaminhado ao Ministério da Educação (MEC). O objetivo do evento, que aconteceu nesta segunda-feira (12) e termina nesta terça (13) na Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), é criar uma política pública para repensar a educação em áreas caracterizadas pela baixa umidade e falta de chuva. Em Pernambuco, 122 municípios, do Sertão e Agreste, fazem parte do semiárido brasileiro.

Entre as iniciativas apresentadas no primeiro dia do evento estava o projeto Cisterna nas Escolas, que já beneficiou 41 cidades de Pernambuco. A ação, realizada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), tem como objetivo levar água para as escolas rurais utilizando reservatórios de 52 mil litros como tecnologia social para armazenamento da água de chuva.

"Mapear experiências exitosas no semiárido é o nosso principal objetivo. A partir disso, vamos disparar um processo de mediação entre a sociedade civil e o MEC. Ao final do evento, vamos produzir um documento preliminar para que ações seja tomadas em relação à educação no semiárido", pontuou a coordenadora do evento Janirza de Rocha Lima, pesquisadora da Fundaj.

Saiba Mais - Educando no semiárido

1. Contextualização:
Especialistas defendem que a educação no semiárido deve ser contextualizada, ou seja, uma proposta de educação ancorada na realidade e nas práticas da população, com metodologia, conteúdos, currículos, professores e didática apropriadas à região, levando em conta as potencialidades socioculturais, econômicas e ambientais do semiárido.

2. Convivência:

O convívio com o semiárido deve aparecer nas experiências e práticas desenvolvidas nessa região. É um contexto no qual fatores climáticos, sociais, históricos, políticos, econômicos e ambientais precisam ser considerados para que se entenda o papel e o sentido da educação no trabalho político-educativo.

3. Formação:

A Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab) entende que a educação deve ser vista como formação e não como informação. Ela deve ser um instrumento para ajudar os sujeitos sociais (estudantes) a se constituírem como ativos produtores de sua existência. A escola deve ser um espaço onde os sujeitos pensem suas experiências e ressignifiquem saberes.

4. "Ponte":
Nas práticas educativas, os professores devem procurar estabelecer pontes entre o saber sistematizado e o saber acumulado pelos sujeitos, trabalhando o resgate de práticas, saberes e experiências. O saber social é compreendido como aquele ligado ao cotidiano de vida dos estudantes.

5. Sujeitos sociais:

Os atores sociais que desenvolvem os processos sociopolítico e pedagógico na perspectiva da convivência com o semiárido concebem os agricultores como sujeitos socioculturais e biossociais. Segundo essa visão, as pessoas, famílias e comunidades trabalhadas são consideradas em seu contexto social, histórico-cultural e ambiental.

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