Paralisação Ônibus é apedrejado em frente à garagem da Caxangá, em Olinda De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, cerca de 15 coletivos da empresa circulam esta manhã, de uma frota total de 490 veículos

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 11/04/2017 07:56 Atualizado em: 11/04/2017 09:10

A paralisação dos motoristas e cobradores da empresa de ônibus Caxangá entram no segundo dia nesta terça-feira. Esta manhã houve manifestação e tumulto em frente à garagem da empresa, no bairro de Peixinhos, em Olinda. Pedras foram jogadas no vidro pára-brisas de um dos coletivos. O tumulto teve início por volta das 6h30, quando um ônibus da linha Sítio Novo/Rio Doce teve a saída da garagem impedida por manifestantes. Pedras arremessadas quebraram duas janelas do veículo, que voltou ao prédio, que teve o portão fechado.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, apenas cerca de 15 ônibus da empresa circulam na manhã desta terça-feira, de uma frota total de 490 veículos. Ontem, os coletivos ficaram sem circular, mas voltaram a operar normalmente a partir das 21h, quando o Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana (Sttrepe) alegou que os coletivos voltariam a circular normalmente nesta terça-feira.  

Os motoristas de ônibus e cobradores da Empresa Caxangá suspenderam as atividades nesta segunda-feira deixando cerca de 200 mil passageiros sem transporte. A mobilização teve início por volta das 3h30, quando dos trabalhadores realizaram um protesto em frente à garagem da empresa, no bairro de Peixinho, em Olinda, impedindo a saída dos coletivos. A Justiça do Trabalho determinou que um percentual mínimo de 30% dos coletivos circulasse nesta segunda-feira.

A manifestação teve como objetivo denunciar a demissão de 76 profissionais entre janeiro e março deste ano. Com a paralisação, mais de 300 coletivos deixaram de circular nos municípios de Recife e Olinda. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, os cobradores são os mais afetados, desde o início do processo de implantação de linhas exclusivamente com o uso do cartão VEM.

Outro problema seria o desvio de função de alguns profissionais, uma vez que motoristas e cobradores estariam sendo obrigados a vender cartões VEM em alguns terminais de ônibus. A categoria denuncia ainda o aumento da violência no transporte público, com mais de mil assaltos a coletivos só este ano.

Com mais de 1,9 mil funcionários, a Empresa Caxangá, opera em 54 linhas que realizam 3.580 viagens por dia útil. A paralisação foi definida na quinta-feira passada, após uma reunião na empresa.

A mobilização pegou os usuários de surpresa. As paradas de ônibus ficaram lotadas. "Eu cheguei na parada, às 5h40 e estou há mais de uma hora esperando", disse Flávia Fernanda. Motoristas de carro comum aproveitaram a oportunidade para cobrar cerca de R$ 10 para transportar passageiros atéo centro da cidade.

Resposta
Sobre a paralisação, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) lembrou que "a Justiça do Trabalho, por meio do juiz Roberto de Freire Bastos, da 3ª Vara do Trabalho de Olinda, determinou que o Sindicato dos Rodoviários se abstenha de impedir o regular funcionamento da Rodoviária Caxangá e garanta o percentual mínimo de 30% do efetivo da empresa, a fim de assegurar o regular funcionamento da empresa operadora de transporte público".

A Urbana-PE ressaltou ainda que a paralisação foi realizada sem aviso prévio e que a Rodoviária Caxangá buscou o diálogo com o Sindicato dos Rodoviários. "A Urbana-PE repudia a atitude do Sindicato dos Rodoviários, que prejudicou diretamente 240 mil cidadãos", respondeu.

O Sindicato das Empresas informou também que nenhum cobrador foi demitido em função das alterações de funcionamento de operação das linhas. "Os cobradores foram capacitados e aproveitados em outras funções ou realocados para outras linhas. Nos últimos meses, 314 cobradores foram promovidos e 89 estão atualmente em escolas de formação de motoristas", garantiu.

Procurada pelo Diario, a Rodoviária Caxangá também informou que nenhum cobrador foi demitido em função das alterações de funcionamento de operação das linhas. "Os cobradores foram capacitados e aproveitados em outras funções. Neste mês de abril, 17 cobradores foram promovidos a motoristas. A empresa reforça que não foi informada com antecedência sobre a paralisação e está se esforçando para normalizar as atividades o mais rápido possível. A Rodoviária Caxangá esclarece ainda que se dispôs a manter o diálogo com o Sindicato dos Rodoviários. No entanto, esse não demonstrou interesse em realizar qualquer negociação", respondeu por nota.

Confira posição do Grande Recife Consórcio de Transportes sobre a paralisação:

Com relação à paralisação realizada pelo Sindicato dos Rodoviários, nas linhas que operam na Empresa Caxangá, o Grande Recife Consórcio de Transporte informa que foi surpreendido com a ação na manhã desta segunda-feira (10). O Consórcio não recebeu qualquer informação oficial prévia. A paralisação prejudicou mais de 200 mil passageiros que utilizam as 54 linhas da empresa operadora.

Quanto ao motivo da paralisação, o Consórcio informa que está averiguando junto ao Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana) e à operadora Caxangá as demissões relatadas pelos cobradores, bem como se o compromisso de manutenção, remanejamento e capacitação dos profissionais das linhas que estão circulando sem cobrador está sendo cumprido.

Quanto à atitude do Sindicato de paralisar totalmente a operação da Empresa Caxangá, o Grande Recife informa que está tomando as medidas cabíveis junto ao Ministério Público Estadual e Ministério Público do Trabalho no sentido de coibir essas paralisações constantes sem qualquer aviso prévio aos usuários, bem como não disponibilizando o percentual mínimo necessário previsto em lei para a continuidade da operação, deixando os usuários sem alternativa de serviço de transporte para seu deslocamento.



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