Litoral Norte Projeto urbanístico da beira de mar de Olinda ficará pronto em maio

Publicado em: 23/04/2015 07:31 Atualizado em: 23/04/2015 07:49

Toda a avenida Beira Mar terá trânsito em mão única. Foto: Aline Sale/Esp DP/D.A.Press
Toda a avenida Beira Mar terá trânsito em mão única. Foto: Aline Sale/Esp DP/D.A.Press
Depois de seis anos em obras, a urbanização de 7 km da orla de Olinda, a R$ 23 milhões, incluindo as obras de contenção do mar no trecho entre Bairro Novo e Rio Doce, será entregue em maio. A conclusão também significará mudança no trânsito em toda a beira-mar da Avenida Marcos Freire. A Secretaria de Transporte e Trânsito de Olinda definiu sentido único para a via, de Norte a Sul, do Bairro Novo ao Janga. O projeto busca levar mais ordem ao trânsito da orla, que teve sua desorganização mostrada em matéria do Diario na segunda-feira.

As sinalizações horizontais e verticais já estão sendo instaladas. No trecho novo também serão implantadas quatro lombadas eletrônicas com velocidade de até 40km/h. Para abrir a via de ponta a ponta os dois bloqueios de gelo-baiano nas imediações das ruas Tertuliano Francisco e Manoel dos Santos Moreira serão removidos. “Vamos retirar os bloqueios em uma segunda etapa. O primeiro passo será educar os motoristas com o sentido único”, revelou o secretário de Transporte e Trânsito, Oswaldo Lima Neto.

Ainda segundo o secretário, logo que a sinalização da via estiver concluída, a mudança passará a valer. No trecho de Casa Caiada, parte da sinalização já foi implantada, mas os motoristas continuam a usar a mão dupla. No mesmo bairro, onde há um dos bloqueios, a avenida é usada como estacionamento dos moradores dos prédios.

Parte da ciclovia em Casa Caiada já foi pintada. Já no trecho de Rio Doce, onde antes parecia improvável passar uma via no local, em razão do avanço do mar, hoje já se observa o contorno da pista e do calçadão. “Uma das razões para a demora na entrega da obra foi fazer a contenção do avanço do mar, que é a parte mais significativa do serviço, sem ela a urbanização não seria possível”, ressaltou a secretária de Obras de Olinda, Hilda Gomes.

Um trecho de 300 metros na praia de Rio Doce até o início do Janga falta ser concluído. As obras que estão em ritmo acelerado incluem pavimentação da pista, calçadão, bancos, cinco quiosques e a pintura da ciclofaixa. Em sua casa de frente para a orla, a aposentada Maria Lourenço da Silva, 65 anos, comemora. “Antes a rua da gente mal dava para passar uma pessoa. E agora temos uma via passando na frente de casa e um calçadão para caminhar”, contou.

 

Binário barrado por comerciantes

 

Com a beira-mar de Olinda em sentido único, o passo seguinte seria a implantação de um binário entre as avenidas Getúlio Vargas e Carlos de Lima Cavalcanti, cada uma com um sentido, a exemplo do que foi implantado na Zona Sul do Recife com a Domingos Ferreira e a Conselheiro Aguiar. Mas o binário de Olinda foi suspenso.

A Secretaria de Transporte e Trânsito enxerga, de imediato, dois obstáculos: a queda de braço com os comerciantes locais e a pouca eficácia em relação à circulação dos pedestres e ciclistas.

“A gente sabe que a velocidade da via aumentaria com sentido único, mas temos que levar em conta outras questões. Há uma resistência grande por parte dos comerciantes e também uma preocupação com a circulação dos pedestres que teriam um deslocamento muito maior para usar o transporte público”, apontou o secretário Oswaldo Lima Neto.

Do ponto de vista do pedestre, a opinião do secretário é compartilhada por especialistas da área e essa deverá ser a principal razão de não implantar o binário. Já a resistência dos comerciantes, o exemplo do binário da Zona Sul do Recife mostrou que ninguém quebrou com inversão do trânsito. “Hoje nós temos alguns trechos com mais retenção nas duas vias. Mas ainda não chegou o momento de se pensar em binário”, ponderou o secretário Oswaldo Lima Neto. 



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