Eleições

PT estadual acredita que Marília queimou a largada

Na análise de Bruno Ribeiro, Marília Arraes quebrou uma regra sagrada da legenda: o debate interno, o qual é submetido gregos e troianos petistas

Publicado em: 19/06/2018 18:02

A vereadora Marília Arraes vinha cronometrando os passos para não queimar a largada da disputa eleitoral, mas a coletiva convocada por ela, nesta última terça-feira, abriu uma fissura com a direção estadual do PT, comandada por Bruno Ribeiro. O gole desceu quadrado na garganta de Bruno Ribeiro, que sempre foi favorável à candidatura própria e tenta construir um consenso. Pouco depois de Marília receber apoio de Silvio e o nome dele ser apresentado como pré-candidato ao Senado, Bruno divulgou uma nota, dizendo que, em nenhum momento, ela discutiu a aliança com o Avante ou o lançamento do nome de Silvio internamente. Na análise de Bruno, Marília quebrou uma regra sagrada da legenda: o debate interno, o qual é submetido gregos e troianos petistas.

Menos de uma hora após a coletiva, Bruno Ribeiro divulgou uma nota criticando a atitude da vereadora por quebrar os procolos, passar por cima da direção estadual e até mesmo dos delegados da legenda. Ele ainda lembrou que a decisão do estado está submetida à conjuntura nacional. “A hipótese de coligação com o Avante ou o eventual apoio à postulação do deputado Silvio Costa jamais foi apresentada ou debatida na direção estadual do PT-PE, a cujas instâncias (Diretório e Encontro de Delegados) cabem, exclusivamente, a decisão sobre as candidaturas do nosso partido ao governo do estado e ao Senado”, disse Bruno. “A decisão sobre as candidaturas majoritárias em Pernambuco serão tomadas, com estreito entrosamento, pelas instâncias nacional e estadual”, acrescentou.


A deputada estadual Teresa Leitão (PT) justificou que os passos da pré-campanha de Marília não poderiam ficar congelados até o final de julho. Para Teresa, a chapa precisava e deve continuar sendo discutida, bem como as alianças políticas. Ela lembrou que Marília tem o apoio da base do partido e ressaltou o quanto foi penoso para executiva nacional passar por cima da decisão da base em 2012.


O deputado federal Silvio Costa frisou que não pretendia desrespeitar nenhum outro pré-candidato do PT ao apoiar Marília Arraes, ponderou que conhecia a “vida orgânica do partido” e ressaltou “eu sei que não estou aqui como candidato do PT”. Mas o seu pré-lançamento não foi assimilado de forma unânime. O deputado estadual Odacy Amorim(PT) disse que têm conversas com Marília e com o PT para retirar a pré-candidatura e concorrer a um mandato de deputado federal, mas frisou que ela poderia ter concluído o debate interno. Já pré-candidato José de Oliveira considerou o ato como um desrespeito à executiva nacional. Para ele, Marília agiu como se estivesse nos tempos em que era filiada ao PSB. (Aline Moura)

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