Greve caminhoneiros

Risco de faltar dinheiro para pagar os servidores

Em estado de emergência, municípios temem que carros-fortes não cheguem para efetuar pagamento

Publicado em: 30/05/2018 09:17 | Atualizado em: 30/05/2018 09:19

O número de municípios que decretou estado de emergência por conta do desabastecimento de combustível chega a quase 100% do estado, segundo dados divulgados ontem pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Inicialmente, eram 94 cidades, mas a continuidade da greve dos caminhoneiros levou praticamente todos os prefeitos dos 184 municípios pernambucanos a decretarem emergência. De acordo com a prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida (PSB), outra preocupação dos gestores é  com os salários dos funcionários. “O pagamento começa no dia 30 (hoje), mas está ameaçado porque os carros-fortes não estão chegando para abastecer os caixas eletrônicos”, alertou.

Ontem, Débora Almeida acompanhou várias reuniões do comitê de crise instalado pelo governo do estado para gerenciar a crise. Segundo ela, ficou acertado o envio de um comboio durante a noite levando combustível para os municípios, escoltado pela PM e Exército. “A situação é muito delicada. Os prefeitos estão preocupados com os pacientes de câncer, com os que fazem hemodiálise e por isso o nosso esforço em tentar amenizar a situação. Então, esses caminhões com combustível vão abastecer principalmente as ambulâncias e as viaturas da política”, ressaltou a prefeita. 

Além do abastecimento, os municípios também já estão sentido o problema de desabastecimento de alimentos e matéria-prima. “As coisas começam a faltar porque não está havendo a reposição de mercadoria por conta da greve”, disse Débora Almeida. Além dela, também estão no comitê de crise o presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), e o prefeito de Riacho das Almas, Mário da Mota (PSB). 

Na última segunda-feira, caminhões com combustível chegaram a algumas regiões do estado, mas, de acordo com José Patriota, a situação ainda “é muito difícil”. “Estamos atendendo só serviços essenciais e de emergência, principalmente na área de saúde, para que as pessoas que fazem hemodiálise, diabéticos, portadores de câncer não fique sem a medicação”, reforçou o gestor.

Para conseguir levar os caminhões até os municípios também foi necessário o uso de escolta policial para evitar que os veículos ficassem retidos nos bloqueios organizados por grevistas. “Conseguimos receber combustível ontem (segunda-feira), garantindo o transporte escolar, o abastecimento das ambulâncias e o funcionamento dos serviços oferecidos à população”, afirmou o prefeito de Carnaíba, José Anchieta (PSB).
 
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