Opinião

Giovanni: Por que 6 de março é

Giovanni é advogado, administrador e jornalista

Publicado em: 05/03/2018 08:04 | Atualizado em: 05/03/2018 09:50

O dia 6 de março será feriado em Pernambuco em celebração a data magna do estado, em que se presta justa homenagem à Revolução Pernambucana. Foto: Pixabay (Foto: Pixabay)
O dia 6 de março será feriado em Pernambuco em celebração a data magna do estado, em que se presta justa homenagem à Revolução Pernambucana. Foto: Pixabay (Foto: Pixabay)
Este ano, pela primeira vez, dia 6 de março será feriado em Pernambuco, o mais novo evento cívico estadual que somente foi instituído em 2017, graças à iniciativa da deputada Terezinha Nunes e do parlamentar Isaltino Nascimento, através do Projeto de Lei n.º 1.245/2017, aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado pela Lei n.º 16.959, de 8 de junho de 2017 - ano de seu bicentenário -, sancionada pelo governador e promulgada pelo presidente da Alepe, mas que somente entrou em vigor este ano. 

Para os que desconhecem o fato histórico, trata-se da data magna do estado, em que se presta justa homenagem à Revolução Pernambucana, revolta de caráter emancipador, ocorrida há 201 anos, causada pela insatisfação do povo com a vinda para o Brasil e instalação da corte portuguesa, no país, desde 1808. 

Indiscutivelmente, constitui-se em uma das mais destacadas ações revolucionárias da época colonial, quando a então capitania de Pernambuco sublevou-se, declarando sua independência do restante da nação.  Motivaram essa insatisfação o excesso de portugueses ocupando cargos públicos e, também, os frequentes impostos e tributos instituídos por Dom João VI, ensejando o descontentamento e consequente rompimento do povo pernambucano com o governo da família real. Influíram nessa atitude revolucionária os mesmos ideais do lema reacionário dos franceses: “liberté, égalité,  fraternité”, bem absorvido pelos membros da maçonaria, sociedade parcialmente secreta que tem por objetivo a fraternidade e a filantropia. Outro fator influenciador foi a crise econômica que ocorria na região, abalando, primordialmente, as classes menos favorecidas da população, prejudicada pelo declínio nas saídas para o exterior de seu principal produto de exportação: o açúcar. Acrescente-se a tudo isso a miséria e a fome que abalaram a região, motivadas pela estiagem, insuportável seca ocorrida na época. 

Embora pouco conhecida com essa denominação, a repulsa dos pernambucanos, também, é cognominada como a Revolução dos Padres, pois a maçonaria, à época, agregou suas forças às da igreja católica. Unidas lutaram, lado a lado, pela liberdade de imprensa, de pensamento e dos direitos de cidadania. No Brasil colonial, tal surpreendente união dos maçons com o clero católico. foi tida como uma das mais consideráveis atitudes de cunho revolucionário. 

Assim, quando os órgãos públicos, os estabelecimentos bancários e as entidades de ensino afastam-se de suas atividades rotineiras e fecham suas portas, a data magna do povo de Pernambuco rende justa homenagem a tão importante revolução, que se constitui, segundo alguns expressivos historiadores, no primeiro estado a se tornar uma república independente do resto do Brasil Colônia.  

Faz-se mister ressaltar que a bandeira do estado, orgulhosamente exibida por muitos pernambucanos, é a mesma que ostentavam os revolucionários à época. 


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