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DELAÇÃO Funaro entregou R$ 11,4 milhões em dinheiro vivo a Geddel, afirma revista Além do Aeroporto, as propinas eram entregues em hotéis em São Paulo e em Salvador, e até na festa de 15 anos da filha do ex-ministro

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 08/09/2017 17:44 Atualizado em:

Em entrevista à revista Veja, o ex-doleiro Lúcio Funaro afirmou que entregou um total de R$ 11,4 milhões, em dinheiro vivo, ao ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Funaro detalhou esquema de entregas que foram realizadas entre os anos de 2014 e 2015, divididas em 11 vezes. O transporte do montante era feito através de um jato particular e o próprio peemedebista recebia em um hangar privado do Aeroporto Internacional de Salvador, na Bahia.

Em seu depoimento, delator detalhou como funcionavam esquemas de propinas e apresentou planilhas, extratos de pagamentos e históricos de voos em jato que serviam para levar os pacotes de dinheiro.

“Ao descer do avião (com a mala de dinheiro), era indagado por Geddel a respeito da quantia que estava sendo entregue. Geddel demonstrava naturalidade ao receber os valores”, diz Funaro. “Recorda-se de ter entregue dinheiro para Geddel em São Paulo, no Hotel Renaissense, na Alameda Santos, e uma vez em Salvador, no Hotel Pestana, no dia em que a filha de Geddel estava fazendo uma festa para comemorar seus 15 anos”, complementa o doleiro. As informações são da revista Veja.

Depois de ser preso em Salvador, durante a quarta etapa da operação Cui Bono, o ex-ministro Geddel Vieira Lima chegou a Brasília na tarde desta sexta-feira (8/9) em um jato da Polícia Federal. Após desembarcar no Aeroporto JK, o peemedebista foi colocado em um carro oficial e seguiu para a Superintendência da PF. Seu destino final, no entanto, é o Presídio da Papuda. 

Malas de dinheiro

A prisão do ex-ministro ocorre três dias após agentes se depararem com caixas e malas abarrotadas de dinheiro vivo em um apartamento na capital baiana, durante a Operação Tesouro Perdido. Depois de 14 horas, usando sete máquinas, a PF chegou ao valor de pouco mais de R$ 51 milhões (R$ 51.030.866,40) — uma parte em dólares. Foi a maior apreensão de dinheiro vivo já feita pelo órgão. A investigação aponta que o ex-ministro, que ocupou a Secretaria de Governo no início do governo Temer, é o dono do dinheiro. No local foram encontradas impressões digitais de Geddel e de Gustavo Ferraz.

Os milhões em cédulas foram armazenados na residência que teria sido emprestada a ele por um homem identificado como Silvio Silveira, um corretor de imóveis, para que Geddel guardasse os pertences do pai, já falecido. O corretor negou ter conhecimento do dinheiro no apartamento. O imóvel, localizado no Residencial da Silva Azi, tem três quartos e uma suíte, e é anunciado por R$ 600 mil.

Investigação

Geddel foi preso em 3 de julho deste ano, por ordem da Justiça Federal do DF e levado à prisão domiciliar no dia 12 daquele mês por força de decisão do Tribunal Regional Federal, onde se encontrava até hoje. Um dos responsáveis pela articulação política do governo de Michel Temer, ele deixou o cargo de ministro da Secretaria de Governo após seis meses, em novembro do ano passado, depois de uma polêmica envolvendo o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. Este o acusou de tê-lo pressionado para liberar uma obra na Ladeira da Barra, em Salvador.
 
No fim de agosto, a Justiça de Brasília aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Geddel e o transformou em réu por obstrução de justiça, por tentar atrapalhar as investigações sobre desvios do fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).



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