Câmara Senadores criticam rejeição de Maia a MP para alterar reforma trabalhista anto membros da oposição quanto de apoio a Temer se mostram revoltados com resistência de Maia. MP foi uma promessa de Temer à sua base para aprovar a reforma na terça-feira

Publicado em: 12/07/2017 12:21 Atualizado em:

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que não aceitaria nenhuma medida provisória que alterasse a reforma trabalhista aprovada ontem no Senado é o assunto mais comentado nos corredores do Congresso na manhã desta quarta-feira (12/7), provocando críticas tanto da oposição quanto de parlamentares que apoiam Temer. Houve até mesmo quem visse na posição do deputado carioca a ambição de substituir Temer no Planalto.

A promessa de envio de uma MP à Câmara alterando alguns pontos da lei foi uma promessa feita pelo presidente Michel Temer a senadores da base aliada para conseguir a aprovação da reforma. No entanto, pouco depois de o Senado votar, Maia disse que não concordava com a promessa feita pelo atual ocupante do Planalto. “A Câmara não aceitará nenhuma mudança na lei. Qualquer MP não será reconhecida pela Casa”, afirmou pelo Twitter no início da madrugada de quarta.
 
"Imaturidade" 
 
A rebeldia de Maia virou o principal tema antes da sabatina da subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, que ocorre nesta manhã em uma comissão especial. Antes de Dodge ser chamada à mesa, senadores criticam a declaração de Maia. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu ao presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), que envie o acordo firmado entre o presidente da República e a base aliada. “Havia um acordo entre os senadores, a base e o presidente. Hoje, o presidente da Câmara deu entrevistas dizendo que não vai cumprir isso e afirmou que não participou de nenhum acordo. Não podemos aceitar isso”, afirmou.
 
Lobão, por sua vez, se mostrou muito irritado com a postura de Maia: “Participei, pessoalmente, deste acordo. Assinei o documento junto com o relator e líder do governo, Romero Jucá, e não aceito que não se cumpra aquilo que foi acordado aqui”, garantiu o presidente da comissão. 

O questionamento da senadora estimulou o comentário de vários colegas sobre o tema. “Só tenho a lamentar o pronunciamento. O presidente da Câmara não pode barrar uma MP enviada pelo presidente da República. Ele sequer vota. A MP será analisada pelo Congresso Nacional. Ele não tem poder para barrar acordos entre a base a Presidência”, comentou Simone Tebet (PMDB-MT). “Me parece uma manifestação de quem já se vê na cadeira de presidente da República. O que revela a imaturidade do presidente da Câmara”, completou Armando Monteiro (PTB-PE).


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