PSDB Permanência do PSDB no governo Temer pode ajudar Aécio Neves no Conselho de Ética Os tucanos se reúnem nesta segunda-feira (12) para discutir o futuro da legenda em relação ao governo federal

Por: Estado de Minas

Publicado em: 12/06/2017 15:34 Atualizado em:

A decisão do PSDB sobre continuar ou deixar o governo do presidente Michel Temer (PMDB) pode influenciar diretamente o futuro político do senador Aécio Neves (PSDB). Isso porque no Conselho de Ética do Senado, onde tramita um requerimento apresentado pelo PSOL e Rede, a base aliada do governo Temer tem 9 titulares, das 15 cadeiras do Conselho. Outras quatro pertencem ao bloco da oposição e duas cadeiras são do próprio PSDB. 

Caso o rompimento seja decidido pelos tucanos, os titulares fiéis ao governo Temer podem dificultar a vida do senador mineiro, votando em favor da cassação do mandato. A petição apresentada pelo PSOL e Rede é baseada na delação da JBS. As legendas pediram a cassação do parlamentar mineiro quando os áudios entre Joesley Batista e o Aécio Neves foram divulgadas.
 
PMDB tem maioria e presidência do Conselho

Outro fator chave para o senador tucano na relação entre PSDB e PMDB é o Conselho de Ética ser presidido por um peemedebista, o senador João Alberto Souza (PMDB-MA). Ele até agora não tomou conhecimento formal do pedido de cassação e tem deixado claro em entrevistas que não terá pressa para analisar a situação de Aécio Neves. Segundo a assessoria do Conselho, o parlamentar não tem um prazo para receber o pedido. 

A partir do momento que formalizar o recebimento da petição, o presidente do Conselho tem cinco dias para tomar uma decisão monocrática sobre o pedido. Se considerar procedente, ele deve indicar um relator e dá início ao processo na comissão. Caso considere improcedente, ele pode arquivar o pedido. Neste caso os integrantes do conselho podem recorrer de sua decisão. 

O PMDB tem hoje três integrantes titulares no Conselho e mais uma cadeira vazia, que aguarda indicação da legenda. Entre os peemedebistas no grupo está o senador Romero Jucá, também citado em várias delações da operação Lava-Jato, ex-ministro de Temer e um dos principais articuladores políticos do Palácio do Planalto com o Congresso. 

Aécio foi afastado do mandato no dia 18 de maio por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Ele atendeu pedido do Ministério Público, que também solicitou a prisão do tucano, o que foi negado por Fachin. 

Os tucanos se reúnem no final da tarde desta segunda-feira para discutir o futuro da legenda em relação ao governo Temer. Devem ser ouvidas as posições dos diretórios regionais, mas o partido pode adiar uma decisão definitiva, uma vez que as correntes internas não chegam a um acordo sobre o tema.


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