Processo Parlamentares temem embate Dilma x Janaína Julgamento final do impeachment da petista começou ontem e deve durar até a próxima semana

Publicado em: 26/08/2016 07:17 Atualizado em:

Ao iniciar, ontem, a primeira sessão do julgamento final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, senadores demonstraram mais preocupação com a etapa do processo prevista para segunda-feira que a que transcorre desde a manhã de ontem. O medo é de que, no dia em que a petista fará sua defesa diretamente no plenário do Senado, a advogada de acusação Janaína Paschoal faça provocações a Dilma e tumultue a sessão.

O temor se baseia no estilo inflamado de Janaína. Na análise do processo na Comissão Especial do Senado, ela chegou a bater boca com alguns senadores e fez discursos fortes, com ataques à petista. Um senador aliado de Temer disse que iria conversar com seus colegas para tentar evitar que a advogada seja a escolhida, entre os advogados de acusação, a fazer os questionamentos. Além dela, compõem o grupo Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr.
 
A sessão do julgamento final começou ontem com meia hora de atraso, às 9h33. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, aceitou pedido feito pela defesa de Dilma para declarar impedido de participar como testemunha de acusação o procurador do Ministério Público junto Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira. O procurador participou do julgamento como informante. 

Todas as informações que ele prestou no depoimento não valerão como provas para a instrução do processo. O advogado José Eduardo Cardozo, defensor de Dilma, havia pedido a suspeição de Julio Marcelo ao dizer que ele atuara como “militante político” da causa ao ter convocado, por meio de página pessoal nas redes sociais, um ato em favor do impeachment. 

O procurador, cujo depoimento teve início pouco depois das 15h e terminou às 21h40, minimizou o incidente e disse que, “como membro do Ministério Público”, tem compromisso com a verdade em qualquer circunstância. Isso porque como informante ele não presta juramento de dizer a verdade. A fase de depoimento de testemunhas deve atrasar e seguir amanhã. 

Após depoimento de Júlio Marcelo, começou a ser ouvido como testemunha de acusação Antonio Carlos Costa D’Ávila Carvalho Junior, auditor federal de Controle Externo do TCU. Apoiadores do impeachment preparam questionamentos de suspeição entre as seis testemunhas de defesa. Eles querem retirar da lista a ex-secretária de Orçamento Esther Dweck, contratada pelo gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Para acelerar o desfecho do julgamento, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que vai orientar a bancada a não fazer perguntas a Dilma. Já o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), afirmou que certamente a defesa e os aliados de Dilma ingressarão no STF contra o processo. (Da redação com agências)


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