Opinião Editorial: A economia do conhecimento

Publicado em: 10/07/2016 09:53 Atualizado em:

Apesar de ter sido lançado em 2010, o livro Basta de histórias! A obsessão latino-americana com o passado e as 12 chaves do futuro, do jornalista argentino Andrés Oppenheimer, colunista do jornal norte-americano Miami Herald, continua sendo uma excelente referência para quem se preocupa com a educação no Brasil.

Incomodado com as bravatas dos nossos líderes latino-americanos, Oppenheimer levou cinco anos para conhecer experiências educacionais na Finlândia, China, Índia, Coreia do Sul, Cingapura e Israel. Nestes países, viu modelos de valorização do professor e preocupação com a inserção global do aluno, com a incorporação do inglês como segunda língua desde cedo e parcerias com instituições estrangeiras, atraindo os melhores cérebros para formar gênios no novo cenário produtivo deste século, o da economia do conhecimento.

São todas nações que, como o Brasil, enfrentaram nas últimas décadas ou enfrentam ainda problemas de inserção social e econômica de uma enorme faixa da sua população, mas que resolveram adotar a educação como prioridade, mais do que um lema de primeiro e (eventual) segundo mandatos.

As histórias das andanças de Oppenheimer nestes países só fazem reforçar a necessidade de uma rediscussão da educação no Brasil. Na Finlândia, por exemplo, ser professor é sinônimo de status social e, de cada dez candidatos, apenas um consegue ser admitido na Escola de Educação da Universidade de Helsinque. Os melhores formarão outros melhores.


O argentino também percorreu instituições e conversou com autoridades do seu país, chilenas, mexicanas, venezuelanas, peruanas, colombianas e uruguaias, além das brasileiras. O panorama no nosso continente é que estamos satisfeitos e não precisamos nos abrir para o mundo. Somos obcecados pelo passado e não estamos nos aparelhando a tempo para o século 21.


No dia 6 deste mês, o Brasil figurou na 133ª posição em qualidade de ensino de ciências e em 131º lugar no ranking de educação geral, de acordo com levantamento do Fórum Econômico Mundial. Isso em um total de 139 países.


Há alternativa? Sim. Representando o Brasil na Robocup, o campeonato mundial de robótica disputado na Alemanha, alunos da rede pública do Recife conseguiram o 8º lugar. Motivo de orgulho. Esperamos que esta boa exceção se torne uma regra.



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL