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Coluna Diario Político Marisa Gibson: Mesmo aliado do PSB, articulação do PSDB em Pernambuco surpreende socialistas

Publicado em: 06/10/2015 10:33 Atualizado em: 06/10/2015 11:40

Sem prestígio no PSB, João Lyra Neto pode procurar abrigo no ninho tucano. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A. Press
Sem prestígio no PSB, João Lyra Neto pode procurar abrigo no ninho tucano. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A. Press
Sossega leão

O PSB não vai deixar correr solto. Partido majoritário da Frente Popular e no comando do governo do estado e da Prefeitura do Recife, os socialistas esperam que, no mínimo, se respeite o calendário eleitoral estabelecido pela cúpula partidária, se cumpram os velhos e novos acordos, assim como seja levado em conta o apoio que o governo vem dando aos partidos que compõem a aliança. Ao que parece, a questão de Caruaru, que quase ultrapassa os limites do diálogo, está praticamente definida, desde que o ex-governador João Lyra Neto dê tempo ao tempo à pré-candidatura de sua filha Raquel Lyra (PSB) e aceite que o partido não vai abandonar Jorge Gomes e Laura Gomes, depois de décadas dedicadas à sigla. Agora, nesse imbróglio de Caruaru, espanta a setores socialistas a ansiedade do PSDB, partido aliado que ocupa cargos no governo e que vem se comportando quase como adversário, estimulando a saída dos Lyra do PSB. Isso, sem contar que o governo apoia prefeitos tucanos no interior, que fazem parte da base eleitoral de deputados estaduais e federais do PSDB. Esse desconforto atinge em cheio a candidatura do deputado federal Daniel Coelho (PSDB) a prefeito do Recife, cuja concretização passa pela sucessão em Jaboatão, onde o prefeito Elias Gomes (PSDB) tenta fazer o seu sucessor. Elias só terá condição de escolher o sucessor com o apoio do PSB, se o PSDB abrir mão da candidatura de Daniel no Recife. Isso significa que o processo sucessório em Jaboatão, na Frente Popular, está em banho-maria, ainda que se diga que o vice-prefeito Heraldo Selva (PSB) é o escolhido. Resumindo: o PSDB estadual tem que definir se continua aliado e ocupando cargos no governo ou se vai para a oposição.


Pacote fechado

João Lyra Neto e sua filha, a deputada estadual Raquel Lyra, querem mesmo é ficar no PSB, como admite o ex-governador. Agora, caso haja uma reviravolta, há setores do PSDB que só aceitam o pacote – a filiação tem que ser do pai e da filha.

Mandato

Para facilitar uma possível migração de Raquel Lyra para o PSDB, o deputado estadual Antonio Moraes, presidente estadual do partido e primeiro suplente da Frente Popular, tem dito que não vai requerer o mandato da colega. Nem poderia, nessa situação. Agora, há quem diga que mesmo nas coligações, o mandato continua sendo do partido. Nesse caso, quem poderia requerer o mandato de Raquel seria Marcantonio Dourado, primeiro suplente do PSB.

Há dúvidas

Uma parte do PSB acredita que o prefeito de Caruaru, o pedetista José Queiroz (foto), poderia apoiar uma eventual candidatura do vice-prefeito Jorge Gomes (PSB). Porém, há setores do partido que juram: “Queiroz não ficará ao lado de Jorge por hipótese alguma”. Se é assim, o PSB pode encarar a eleição no município com Raquel Lyra, por quem o governador Paulo Câmara tem “muito carinho”.

Diversas vezes

Fernando Bezerra Coelho (PSB) nega que esteja estimulando qualquer outra candidatura no Recife que não seja a do PSB. O senador socialista lembra que participou de apenas um evento do PV, no Recife, e o fez ao lado do prefeito Geraldo Julio. Fernando enfatiza que, como já deixou claro diversas vezes, defende a reeleição de Geraldo Julio (PSB). No domingo, a coluna informou que Fernando estaria estimulando a candidatura de Carlos Augusto, seu suplente no Senado e presidente estadual do PV, a prefeito do Recife.

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