Coluna Diario Político Marisa Gibson: em negociação com Dilma, PSB se fortalece e fica no "centro do palco" Avaliação da colunista é que, ao ficar em posição independente, o partido socialista vira objeto de desejo para conversas com o PSDB, Rede e até o próprio PT

Publicado em: 29/09/2015 11:48 Atualizado em: 29/09/2015 11:57

Dilma Rousseff e Paulo Câmara não são aliados, mas conversas e promessas do governo federal sempre estão na pauta. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A. Press
Dilma Rousseff e Paulo Câmara não são aliados, mas conversas e promessas do governo federal sempre estão na pauta. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A. Press
No centro do palco

Às vésperas do encontro com Dilma e em meio às negociações com o PMDB para a reforma ministerial, colocada como uma questão de vida ou de morte para o governo, os governadores do PSB, Paulo Câmara (PE), Rodrigo Rollemberg (DF) e Ricardo Coutinho (PB), que já ouviram todos os tipos de promessas por parte da presidente, estão preparados para escutar muito e se comprometer pouco. Essa reunião foi agendada antes das bancadas do Senado e da Câmara terem se posicionado contra a CPMF e a votar a favor do impeachment, e é possível que Dilma queira apenas que o PSB  se mantenha como oposição independente, o que já seria um lucro. Ninguém no partido acredita que ela ofereça espaço no governo aos socialistas. Afinal, bancada do partido já é oposição na Câmara: só dois deputados votaram contra a derrubada dos vetos presidenciais na semana passada. E dentro da percepção socialista de que o governo Dilma já acabou, é tarde demais para grandes comprometimentos. Um ministério sempre é um indicador de força política mas na atual circunstância é um fator complicador. Pode gerar mais desgaste que benefícios. Agora, como o PSB ainda não bateu o martelo sobre a possibilidade de ser oposição pra valer, ainda há uma brecha para que o Planalto acene com mais promessas de ajuda financeira em troca da “independência” do PSB, que poderá voltar a subir no muro. De imediato, essa alternativa só favorece Dilma, mas deixará o PSB no centro do palco em 2016 e em 2018, sendo disputado pelo PT, PSDB e também pela Rede. Isso, o PSB quer.

Pelo telefone

Faz uns dez dias que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vem telefonando, pessoalmente, para parlamentares do PSB, numa tentativa de reveter o clima de hostilidade que se instalou no Congresso Nacional em torno da presidente Dilma. O ministro está tendo um trabalho danado, mas tem tido bons ouvintes.

Fim de setembro

A Fundação Perseu Abramo, centro de estudos mantido pelo PT, lança documento com duras críticas ao pacote fiscal proposto pelo governo, e propondo mudanças imediatas. Ou seja: fora Levy. Ao mesmo tempo, tucanos dizem na televisão que Dilma herdou herança maldita de Lula e que golpe é a presidente mentir para a população.

Duas horas

O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) acompanhou as audiências, no Palácio das Princesas, de três prefeitos socialistas de sua base eleitoral, Flávio Régis (São Vicente Férrer), Leo Saraiva (Exu) e Danilo Rodrigues (Bodocó), além do ex-prefeito peemedebista João Angelim (Moreilândia) com Paulo Câmara. Trinta minutos para cada um. É, tem políticos esperando, faz tempo, por 15 minutos de fama junto ao governador.

A crise

Nesta quarta-feira, o Fórum Seja a Mudança realiza  debate parlamentar sobre a crise nacional com a participação dos deputados estaduais Rodrigo Novaes (PSD) e Edilson Silva (PSol).

Dentro do mês

A Secretaria de Administração da Prefeitura do Recife divulgou nota informando que pagou ontem todos os 35 mil servidores da administração direta e indireta, aposentados e pensionistas, cumprindo assim o calendário que prevê o recebimento dos vencimentos dentro do mês trabalhado, sempre na última segunda-feira. O governo do estado está pagando até o dia 5 do mês subsequente.

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