GUERRA
Mídia internacional pede a Israel acesso imediato e independente a Gaza
De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, mais de 100 jornalistas já foram mortos desde o início da guerra
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 11/07/2024 14:24
Palestinos caminham sobre os escombros sujos, passando por edifícios destruídos depois que os militares israelenses se retiraram após uma ofensiva de duas semanas no bairro de Shujaiya, a leste da Cidade de Gaza (Foto: OMAR AL-QATTAA / AFP ) |
Nesta quinta-feira, mais de 60 meios de comunicação social internacionais publicaram uma carta aberta na qual apelam ao governo de Israel que autorize o acesso imediato e independente de jornalistas à Faixa de Gaza, após nove meses de guerra.
Agências de notícias internacionais, como a Agence France-Presse (AFP), e emissoras como a norte-americana CNN e a britânica BBC pediram às autoridades israelenses para que ponham imediatamente termo às restrições impostas aos meios de comunicação social estrangeiros que entram na Faixa de Gaza e concedam acesso independente à imprensa que deseje se deslocar ao território palestino.
Após nove meses de conflito, "os jornalistas internacionais continuam a não ter acesso a Gaza, com exceção de raras viagens escoltadas organizadas pelo exército israelense", denunciam os signatários, entre os quais se conta ainda os jornais The Guardian e o New York Times.
“Estas restrições impuseram um fardo impossível e irracional aos jornalistas locais para documentarem esta guerra que eles próprios enfrentam”, destaca um trecho da carta.
De acordo também com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, a associação com sede em Nova Iorque que coordenou a carta aberta, mais de 100 jornalistas já foram mortos desde o início da guerra, tornando o conflito um dos mais mortíferos. “Os que restam estão trabalhando em condições de extrema privação", denuncia o Comitê.
No início de 2024, mais de 30 meios de comunicação social globais tinham apelado à proteção dos jornalistas palestinos que permanecem em Gaza.
A ofensiva israelense em Gaza provocou uma catástrofe humanitária e causou até agora 38.345 mortos, a maioria de civis, sobretudo, mulheres e crianças, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave.
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