GUERRA
Em protesto a guerra em Gaza, Comandante das Forças Armadas dos EUA renuncia
Alto oficial da agência de inteligência de Defesa disse que os EUA facilitaram e forneceram os meios para a morte de civis palestinos
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 15/05/2024 13:17 | Atualizado em: 15/05/2024 13:48
Harrison Mann renunciou ao serviço militar por alegadas razões de consciência (Foto: Reprodução/Redes Sociais) |
O comandante das Forças Armadas dos Estados Unidos, Harrison Mann, renunciou ao serviço militar por alegadas razões de consciência e em protesto contra o apoio do governo norte-americano à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. “Quero esclarecer que, como descendente de judeus europeus, recebi uma educação moral implacável no que diz respeito à responsabilidade pela limpeza étnica”, afirmou Mann.
O alto oficial da agência de inteligência de Defesa anunciou a sua decisão numa mensagem publicada na rede social LinkedIn, onde explicou que os EUA facilitaram e forneceram os meios para a morte de civis palestinos. "Há meses que penso na política de apoio quase incondicional ao Governo de Israel, que foi facilitado e dotado de meios para matar e fazer passar fome milhares de palestinos inocentes. Este apoio incondicional encoraja uma escalada imprudente que pode provocar uma guerra mais ampla”, relatou Harrison Mann.
No perfil profissional de Mann no LinkedIn indica que o Comandante é especialista no Oriente Médio e na África, com uma carreira de 13 anos. Anteriormente, também trabalhou na Embaixada dos EUA na Tunísia. No comunicado da rede social, o Comandante Mann ainda faz referência às imagens horríveis e desanimadoras que surgiram do conflito. "Não consegui ignorar a relação entre essas imagens e o meu trabalho. Isto me causou uma vergonha incrível e um sentimento de culpa", destacou.
O militar esclareceu também que transmitiu a sua posição aos colegas no dia 16 de abril. Ao jornal norte-americano The New York Times, Mann confirmou que é o autor deste texto, mas não quis fazer declarações devido a regulamentos militares internos.
Este é o primeiro caso público de demissão de um militar em protesto contra o apoio dos EUA a Israel, que são muito raros e ainda mais quando o caso e as suas motivações são tornados públicos.
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