GUERRA
Israel afirma que aumentou ajuda a Gaza e organizações contestam
Tel Aviv disse que 419 caminhões entraram na região segunda-feira, mas ONU e Crescente Vermelho apresentam números mais baixos
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 09/04/2024 17:56
Foto: Ahmad Gharabli/AFP |
Israel anunciou que a ajuda humanitária está indo mais rapidamente para a Faixa de Gaza, após a pressão da comunidade internacional, sobretudo do seu principal aliado, os Estados Unidos. Tel Aviv disse que 419 caminhões entraram na segunda-feira, o número mais alto desde o começo do conflito.
Mas, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Crescente Vermelho, braço da Cruz Vermelha na região, apresentam números mais baixos. A ONU assegurou que a ajuda permanece muito inferior ao mínimo necessário para suprir as necessidades humanitárias apesar do aumento da ajuda. As agências de ajuda humanitária criticaram Israel pelo acesso insuficiente a alimentos e medicamentos.
“As crianças em Gaza têm morrido de complicações relacionadas com a falta de alimentação desde que o Governo israelita começou a usar a fome como arma de guerra, constituindo um crime de guerra. mães grávidas e lactantes, que sofrem de desnutrição grave e desidratação, com hospitais mal equipados para tratamentos”, também denunciou a Human Rights Watch, organização internacional.
A Human Rights Watch (HRW) ainda enfatizou que os governos devem impor sanções específicas e suspender as transferências de armas para pressionar o Governo israelita a garantir o acesso à ajuda humanitária e aos serviços básicos em Gaza, em conformidade com as obrigações de Israel ao abrigo do Direito Internacional e da recente decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) no caso do processo de genocídio apresentado pela África do Sul.
“O uso da fome pelo Governo israelita como arma de guerra se tem revelado mortal para as crianças em Gaza. Israel precisa pôr fim a este crime de guerra, acabar com este sofrimento e permitir que a ajuda humanitária chegue a toda a Faixa de Gaza sem obstáculos”, disse Omar Shakir, diretor da HRW para Israel e Palestina.
O conflito fez, além disso, quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestino pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa situação de fome catastrófica que já fez vítimas, sendo o número mais elevado alguma vez registrado pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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