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PRESIDENTE DOS EUA

Trump quer que Ucrânia renuncie a região de Donbass para a Rússia

O Donbass, formado pelas regiões de Lugansk e Donetsk, é internacionalmente reconhecido como território ucraniano

Isabel Alvarez

Publicado: 12/12/2025 às 15:23

E-mails de Epstein sugerem que Trump sabia "sobre as garotas" vítimas de tráfico sexual. /Foto: ANNA MONEYMAKER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP

E-mails de Epstein sugerem que Trump sabia "sobre as garotas" vítimas de tráfico sexual. (Foto: ANNA MONEYMAKER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os Estados Unidos continuam a exigir concessões significativas do seu país nas negociações para o fim da guerra com a Rússia, incluindo a retirada das suas tropas da região do Donbass.

Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente Donald Trump está extremamente frustrado com ambos os lados desta guerra e farto de reuniões feitas apenas por fazer.

A versão do plano norte-americano durante as negociações em Genebra e na Florida já foi revisto e enviado pelo governo ucraniano a Washington, mas não foi divulgado os detalhes do seu teor. Um documento dividido em quatro partes foi também entregue ao Kremlin durante uma viagem do enviado norte-americano Steve Witkoff a Moscou na semana passada.


Já Zelensky explicou que não é o plano final; e sim uma reação ao que foi recebido. E que o plano está constantemente sendo trabalhado e editado, e este é um processo contínuo que ainda está em curso.
"Os EUA querem que a Ucrânia retire as suas tropas da região do Donbass e, em seguida, Washington criará uma zona econômica livre nas partes atualmente controladas por Kiev. Mas, quem governará este território, a que chamam zona econômica livre ou zona desmilitarizada, não sabem", adiantou Zelensky, acrescentando que Kiev não considera o plano dos EUA justo sem garantias de que as tropas russas não assumirão o controle da zona após a retirada ucraniana.

Em troca, o plano exige que o exército russo se retire das áreas sob o seu controle nas regiões de Sumy, Kharkiv e Dnipropetrovsk, no entanto permaneceria nas regiões de Kherson e Zaporizhia.

“Se as tropas de um lado tiverem de recuar e o outro lado se mantiver onde está, o que impedirá estas outras tropas, as russas? Ou o que as impedirá de se disfarçarem de civis e tomarem posse desta zona econômica livre? Tudo isto é muito grave. Não é certo que a Ucrânia concorde com isto, mas se estamos falando de um acordo, então é necessário que seja um acordo justo”, acrescentou o presidente ucraniano.

Segundo Zelensky, as duas principais questões que precisam ainda ser intensamente negociadas são o controle da região leste de Donetsk, onde decorre a maior parte dos combates, e o estatuto da central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelas forças russas no sul da Ucrânia.

A região de Donetsk, controlada em mais de 80% e a região vizinha de Luhansk, quase totalmente sob o seu controle, são a principal prioridade da Rússia na Ucrânia. O Kremlin reivindica a anexação destas regiões desde 2022, assim como de outras duas regiões do sul, Kherson e Zaporizhia, que estão parcialmente ocupadas pelas forças russas.


Por sua vez, Zelensky argumentou que, em qualquer caso, seria necessária uma um referendo na Ucrânia para resolver as questões territoriais.


Os esforços norte-americanos ocorrem num contexto difícil para Kiev, com a presidência foi desestabilizada por um escândalo de corrupção envolvendo ministros de Zelensky, o exército está em retirada nas linhas da frente e a população sofre com constantes apagões devido aos ataques aéreos russos a infraestruturas energéticas. Além disso, Trump ainda sugeriu que falta legitimidade ao governo de Kiev e que deviam ser realizadas novas eleições presidenciais na Ucrânia. A Casa Branca também pressiona Zelensky em aceitar o plano de paz dos EUA, que, segundo Trump, Zelensky, nem sequer leu o documento.

Zelensky respondeu em relação a uma nova eleição presidencial, que de acordo com a constituição ucraniana a proíbe por causa da lei marcial instaurada no país, se encontra disponível, entretanto apelou que a segurança do voto seja garantida pelos Estados Unidos, em conjunto com os europeus.

Por outo lado, o conselheiro do Kremlin para a política externa, Yuri Ushakov, admitiu hoje a possibilidade do exército russo não ficar estacionado na região do Donbass após o final da guerra, com a região sendo ocupada pela Guarda Nacional russa e pela polícia. Porém, Ushakov afirmou que "todo o Donbass é russo".
"É muito possível que não haja forças estacionadas lá no Donbass, nem russas nem ucranianas. Sim, mas haverá ainda a Guarda Nacional Russa, a nossa polícia e tudo o que for necessário para garantir a lei e a ordem e organizar a vida quotidiana", disse o conselheiro.

O Donbass, formado pelas regiões de Lugansk e Donetsk, é internacionalmente reconhecido como território ucraniano e as forças de Kiev ainda ocupam uma parte significativa da região de Donetsk, composta por várias cidades de grande porte.

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