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Conflito Rússia e Ucrânia

Rússia afirma estar pronta para reiniciar negociações com a Ucrânia

A posição do Kremlin foi revelada por um funcionário da chancelaria russa à Tass, o encarregado de negócios interino da Rússia na Turquia, Alexey Ivanov.

Isabel Alvarez

Publicado: 12/11/2025 às 13:59

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia/ AFP

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia ( AFP)

A agência estatal russa Tass noticiou hoje que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse estar preparado para retomar as negociações diretas sobre a guerra contra a Ucrânia em Istambul, Turquia.

A posição do Kremlin foi revelada por um funcionário da chancelaria russa à Tass, o encarregado de negócios interino da Rússia na Turquia, Alexey Ivanov.

"Se Kiev mostrar vontade política, estamos prontos para tais negociações a qualquer momento. O lado russo tem enfatizado repetidamente de que estamos prontos para continuar as negociações diretas com a delegação ucraniana. Os nossos parceiros turcos também têm ressaltado consistentemente que a plataforma de Istambul continua disponível para nós, essas portas permanecem abertas”, afirmou Ivanov.

A última vez que as delegações dos dois países se encontraram para negociações foi no final de julho na Turquia.

Ivanov ainda acrescentou que Moscou apresentou várias propostas nas anteriores rodadas de conversações. "Foi apresentada uma gama completa de iniciativas, incluindo a criação de três grupos de trabalho online. Infelizmente, ainda não recebemos uma resposta positiva da Ucrânia a estas iniciativas", apontou.

Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem que pretende mesmo se reunir com o líder russo Vladimir Putin, em Budapeste, na Hungria. Mas, o encontro ainda não tem uma data agendada. O encontro visa conversações entre os dois dirigentes sobre a recente decisão de Washington de retomar testes nucleares, uma vez que a medida norte-americana foi contestada por Moscou. Trump também recuou da resolução anterior de não se encontrar com Putin até que este aceitasse um cessar-fogo na Ucrânia.

Por outro lado, o jornal britânico Financial Times publicou nesta quarta-feira (12), que Londres tentou estabelecer uma linha de contato direta com o Kremlin, no entanto não houve resultados positivos. “O conselheiro de segurança nacional do Reino Unido, Jonathan Powell, falou com Yuri Ushakov, principal conselheiro de Putin para os Negócios Estrangeiros, na tentativa de estabelecer essa linha de contato, mas a conversa entre os dois responsáveis não correu bem”, diz a mídia.

Após a publicação da reportagem, Moscou confirmou a ligação. “Houve, de fato, contatos. Houve um diálogo, mas não continuou. Durante o telefonema, se verificou uma vontade acentuada do interlocutor em falar sobre a posição dos europeus e uma falta de intenção ou vontade de ouvir a nossa posição. Dada a impossibilidade de trocar pontos de vista, o diálogo mútuo não se desenvolveu”, declarou Dmitry Peskov, porta-voz presidencial da Rússia.

Segundo o Financial Times, a iniciativa foi tomada de modo independente pelo Reino Unido, mas com o apoio de alguns países europeus, uma vez que existe a preocupação na Europa de que a posição ‘errática’ de Trump em relação à guerra da Ucrânia possa deixar em segundo plano os interesses europeus. "A preocupação é de estarmos terceirizando as discussões com os russos para os americanos”, disse uma autoridade europeia, sob anonimato, ao jornal britânico.

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