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Rússia rejeita um possível cessar-fogo antes da reunião entre Putin e Trump

"Se simplesmente pararmos, isso significará esquecer as causas originais do conflito"

Isabel Alvarez

Publicado: 21/10/2025 às 15:23


Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov/PAVEL BEDNYAKOV/POOL/AFP

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (PAVEL BEDNYAKOV/POOL/AFP)

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que rejeita um possível cessar-fogo antes da reunião prevista em Budapeste, na Hungria, entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump.

"Se simplesmente pararmos, isso significará esquecer as causas originais do conflito. Agora ouvimos de Washington que devemos parar imediatamente e que não devemos discutir mais nada. Parar e deixar que a história julgue", disse Lavrov.

Mas, o chefe da diplomacia russo confirmou que mantém contato com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e que já conversaram ontem sobre os preparativos da cúpula dos dois dirigentes. Já o porta-voz do Kremlin afirmou hoje que ainda não está definida nenhuma data para o encontro.

Segundo revelou ainda uma fonte da Casa Branca, sob anonimato, ao canal CNN, a reunião que deveria acontecer essa semana entre Rubio e Lavrov foi suspensa por enquanto e que ambos tem expectativas divergentes sobre um possível fim do conflito.

Líderes europeus declaram apoio a Trump e a Kiev
Nesta terça-feira (21), a União Europeia e diversos líderes europeus, incluindo o Reino Unido, Alemanha e França divulgaram uma declaração conjunta em apoio à Ucrânia e aos esforços do presidente dos EUA Donald Trump para uma trégua imediata e findar a guerra. "Apoiamos veementemente a posição do presidente Trump de que os combates devem cessar imediatamente e que a atual linha de contato deve ser o ponto de partida para as negociações. Continuamos empenhados no princípio de que as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força", diz o texto que foi publicado pelo Conselho Europeu.

No documento, a Rússia é acusada de táticas de protelação que demonstram repetidamente que a Ucrânia é a única parte que leva a sério a paz e que Vladimir Putin permanece optando pela violência e destruição. "Devemos aumentar a pressão sobre a economia da Rússia e a sua indústria de defesa, até que Putin esteja pronto para fazer a paz. Estamos a desenvolver medidas para usar todo o valor dos ativos soberanos imobilizados da Rússia, para que a Ucrânia tenha os recursos de que necessita. Os aliados continuam unidos no desejo de uma paz justa e duradoura, merecida pelo povo ucraniano”, afirma a declaração.

Os líderes europeus pretendem se reunir no final desta semana no Conselho Europeu para discutir como concretizar este trabalho e fortalecer seu apoio Kiev.

Enquanto isso, a Polônia alertou hoje a Moscou sobre a entrada em seu espaço aéreo para a viagem de Putin à cúpula na Hungria, avançando que pode ser forçada a executar o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra ele, que o acusa de crime de guerra. O mandado do TPI obriga os membros do tribunal a prender Putin, caso o presidente russo entre nos seus territórios.

"Não posso garantir que um tribunal polonês independente não ordene ao governo que acompanhe tal aeronave para entregar o suspeito ao tribunal em Haia. Penso que o lado russo está ciente disso. Portanto, se esta conferência se realizar, esperamos que o avião realize uma rota diferente", declarou Radoslaw Sikorski, ministro da Relações Exteriores da Polônia.

Para evitar sobrevoar a Ucrânia, a delegação russa terá de atravessar o espaço aéreo de pelo menos um país da União Europeia. Todos os países da UE são membros do TPI, mas a Hungria está em processo de saída do tribunal, O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán mantém boas relações com Moscou e assegurou que Putin pode entrar no país.

Por sua vez, a Rússia não é signatária do TPI, por isso não reconhece a sua jurisdição e também nega as acusações.

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