Primeiro-ministro francês renomeado resiste a duas moções de censura
"Ao trabalho, ao trabalho, ao trabalho! Era necessário que os debates (do orçamento 2026) pudessem começar, e eles vão começar", afirmou Lecornu
Publicado: 16/10/2025 às 13:34

Primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu (LUDOVIC MARIN / POOL / AFP)
Nesta quinta-feira (16), após quatro dias de sua renomeação, o primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, enfrentou duas moções de censura na Assembleia Nacional francesa. A moção apresentada pela La France Insoumise (LFI), da esquerda radical, obteve 271 votos dos 289 necessários para derrubá-lo, enquanto somente 144 deputados votaram a favor da moção feita pelo partido de extrema-direita Rassemblement National (RN).
"Ao trabalho, ao trabalho, ao trabalho! Era necessário que os debates (do orçamento 2026) pudessem começar, e eles vão começar", afirmou Lecornu depois da vitória na votação.
A presidente da Assembleia Nacional francesa, Yaël Braun-Pivet, disse estar satisfeita e feliz por ver que a maioria da Assembleia Nacional está nesta lógica de trabalho, de procura de compromisso, num momento em que o país corre contra o tempo para aprovar um orçamento para o próximo ano.
O segundo governo de Lecornu também concordou esta semana introduzir uma emenda para suspender a reforma das pensões no Orçamento de Estado para 2026, o que levou a maioria dos deputados do bloco central da Assembleia a não aprovar a censura. Agora o primeiro-ministro se mantém no cargo depois de te sido reconduzido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, na sequência da sua própria demissão, que declarou ter aceitado voltar por dever em fornecer um orçamento antes do final do ano.
Por outro lado, a líder parlamentar da France Insoumise, Mathilde Panot, lamentou o fracasso da moção e criticou a responsabilidade histórica que recai sobre os ombros da direção do Partido Socialista. Panot ainda apelou à resistência popular contra o Orçamento do Estado para o próximo ano. "Rompam fileiras, não deixem que a direção do PS nos conduza a uma aliança com a macronie", apelou aos militantes socialistas.
No entanto, o partido já anunciou que apresentará novamente uma moção de destituição contra o presidente francês, Emmanuel Macron. Por sua vez, o líder do Rassemblement National, Jordan Bardella, denunciou "uma maioria de negociação" e acusou os deputados que se recusaram a votá-la de serem os responsáveis pelo sofrimento futuro do país. "Uma maioria de negociação conseguiu hoje salvar os seus lugares, em detrimento do interesse nacional", escreveu Bardella, na rede social X.
Enquanto isso, o líder socialista, Oliver Faure, saudou a rejeição das moções de censura.

