Nicolás Maduro promete promete defender a soberania da Venezuela
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que haverá luta armada em caso de ataque norte-americano, ao mesmo tempo que pede diálogo para evitar conflito
Publicado: 06/09/2025 às 14:47

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (FEDERICO PARRA/AFP)
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu defender a soberania do país enquanto aumentam as tensões em virtude da presença de navios de guerra dos Estados Unidos no Caribe. Ele pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump, que se engaje em diálogo para evitar um conflito.
As declarações, feitas ma noite desta sexta-feira (5), ocorreram três dias após a administração Trump afirmar que forças americanas realizaram um ataque no Caribe, afundando um barco que teria pertencido à gangue venezuelana Tren de Aragua, acusada de traficar drogas para os EUA. O ataque matou 11 pessoas, mas a versão americana foi questionada por Caracas.
"Venezuela está sempre pronta para o diálogo, mas exigimos respeito", disse Maduro em discurso em uma base militar em Caracas. "Nenhuma de nossas diferenças justifica um conflito militar de alto impacto na América do Sul". O ataque gerou reação em toda a América Latina, região que sofre efeitos de incursões americanas anteriores.
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Vestido com uniforme militar, Maduro supervisionou uma cerimônia em que ordenou a mobilização de milícias civis e afirmou que haveria uma "luta armada" em caso de ataque.
Washington enviou mais de 4 mil tropas e recursos navais à região, afirmando que a ação tem como alvo cartéis de drogas latino-americanos. Autoridades americanas não indicaram uma incursão terrestre na Venezuela, mas Maduro denunciou o reforço militar como uma ameaça de invasão.
Ele acusou os EUA de fabricar alegações de tráfico de drogas para justificar uma mudança de regime, citando a decisão de Washington, no mês passado, de dobrar a recompensa por sua captura para US$ 50 milhões.
A ameaça vaga de intervenção americana tem sido utilizada por Maduro para reunir apoio interno, em meio à diminuição de seu respaldo político no país.

