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GUERRA NA UCRÂNIA

Líderes europeus conversarão com Trump sobre garantias de segurança a Ucrânia

A cúpula acontecerá em Paris e contará com a participação presencial de diversos dirigentes

Isabel Alvarez

Publicado: 03/09/2025 às 17:52

Presidente dos EUA, Donald Trump / Jim WATSON / AFP

Presidente dos EUA, Donald Trump ( Jim WATSON / AFP)

O presidente da França e outros líderes europeus conversarão na quinta-feira (4) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, logo após a cúpula da Coligação dos Dispostos que discutirá sobre as garantias de segurança para Kiev.

A cúpula acontecerá em Paris e contará com a participação presencial de diversos dirigentes, entre eles, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, o chefe de Estado finlandês, Alexander Stubb, e os primeiros-ministros da Polônia, Donald Tusk, e da Dinamarca, Mette Frederiksen, enquanto alguns tomarão parte por videoconferência.

Segundo duas fontes diplomáticas, sob anonimato, revelaram que o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Steve Witkoff, também já se encontra na capital francesa.

Zelensky avançou que pretende discutir com Trump a imposição de mais sanções à Rússia, além de denunciar a falta de qualquer sinal de paz da Rússia.

Macron enfatizou que os europeus estão prontos para oferecer garantias de segurança a Kiev no dia em que for assinado um acordo de paz. "A questão agora é determinar a sinceridade da Rússia e os seus compromissos sucessivos com os EUA em relação às negociações de paz. A união da Europa irá ajudar a reforçar a pressão sobre a Rússia para uma solução diplomática", apontou, acrescentando que a segurança da Ucrânia e dos ucranianos é também a da Europa.

A Coligação dos Dispostos, liderada por Macron e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reúne cerca de 30 países, principalmente europeus, dispostos a fornecer apoio às Forças Armadas ucranianas, ou mesmo enviar soldados para o território assim que for alcançado um cessar-fogo com Moscou, visando dissuadir a Rússia de qualquer nova agressão.

Negociações estagnadas


Na reunião sobre a guerra na Ucrânia que ocorreu no Alasca entre Trump e o líder russo, Vladimir Putin, com a possibilidade de um cessar-fogo como a principal questão em debate, não obteve até o momento nenhum resultado concerto.

A Rússia rejeitou qualquer cessar-fogo prolongado e continua a exigir para pôr fim ao conflito que a Ucrânia lhe ceda às regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que estão ocupadas pelas tropas russas e renuncie a aderir à Organização do Tratado do Atlântico-Norte, o bloco de defesa ocidental.

A Rússia procura o reconhecimento internacional como parte do seu território das regiões ucranianas que Moscou anexou. “As novas realidades territoriais devem ser reconhecidas e formalizadas de acordo com o direito internacional, para que a paz seja duradoura. Um novo sistema de garantias de segurança para a Rússia e a Ucrânia deve ser formado como elemento integrante de uma arquitetura pancontinental de segurança igualitária e indivisível na Eurásia. A Ucrânia deve ter garantido um estatuto neutro, não alinhado e não nuclear”, afirmou hoje o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

O chanceler ucraniano, Andrii Sybiga, reagiu imediatamente à fala de Lavrov. “A Rússia não alterou os objetivos e ultimatos antigos e, não mostra vontade de se envolver em negociações. Isto prova que a cobiça do agressor só aumenta quando não é submetido à pressão e à força. É tempo de atingir a máquina de guerra russa com novas sanções", indicou o chefe da diplomacia ucraniana.

Estas condições russas são consideradas inaceitáveis pelo governo de Kiev, que, juntamente com os aliados europeus, exige ainda um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes do início das negociações de paz com o Kremlin. Além disso, a Ucrânia diz que não cabe à Moscou decidir aquilo a que Kiev pode ou não aderir, enquanto a Organização do Tratado do Atlântico-Norte (OTAN) afirma que a Rússia não pode ter poder de veto sobre a adesão à aliança militar.

Já os intensos ataques russos continuam e nesta quarta-feira (3) atingiram 14 regiões do território ucraniano. As autoridades locais disseram que várias pessoas ficaram feridas e que casas e infraestruturas civis foram danificadas. Putin disse que hoje estar disposto a se reunir com Zelensky para discutir uma solução para o conflito entre os dois países, mas impôs que o encontro seja em Moscou. O líder russo assinalou que se o bom senso prevalecer, poderá ser alcançada uma solução aceitável para o conflito e elogiou aos esforços de Trump. No entanto, observou que é necessário esperar para ver como a situação evolui e alertou que, se as negociações falharem, insistirá na via militar.

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