Putin indica que não se opõe a adesão da Ucrânia a União Europeia
O líder russo também acrescentou que está pronto para cooperar com Washington na central nuclear de Zaporizhia, a maior central nuclear da Europa
Publicado: 02/09/2025 às 16:10

Presidente russo, Vladimir Putin (ALEXANDER NEMENOV/POOL/AFP)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que nunca se opôs à eventual adesão da Ucrânia à União Europeia, apenas à entrada na Organização do Tratado do Atlântico Note (OTAN).
Em visita oficial a China, Putin reafirmou que já discutiu a questão da segurança da Ucrânia com o presidente dos Estados Unidos na reunião que tiveram no Alasca. "Há opções para garantir a segurança da Ucrânia no caso de o conflito terminar. E me parece que há aqui uma oportunidade para chegar a um consenso. É uma decisão da Ucrânia escolher como garantir a sua segurança, mas essa segurança não pode ser garantida em detrimento da segurança de outros países, incluindo a Rússia. Quanto à adesão da Ucrânia à UE, nunca nos opusemos a isso. Quanto a OTAN, esse é outro assunto. A nossa posição nessa matéria é bem conhecida: consideramos que isso é inaceitável para nós”, declarou.
Entretanto, Kiev reitera que não cabe à Moscou decidir sobre as eventuais adesões ucranianas e que o Kremlin não pode vetar a adesão à Aliança Atlântica. Por sua vez, vários países europeus já manifestaram que pretendem enviar as suas próprias forças de manutenção da paz ao território ucraniano após um acordo para o fim da guerra.
O líder russo também acrescentou que está pronto para cooperar com Washington na central nuclear de Zaporizhia, a maior central nuclear da Europa, cujo controle esta com a Rússia desde março de 2022. Putin ainda disse até estar preparado para trabalhar com a Ucrânia nessa central.
Entretanto, o presidente russo sugeriu em Pequim ao primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que o país corte o fornecimento de energia à Ucrânia
"A Ucrânia recebe uma quantidade considerável de recursos energéticos dos vizinhos da Europa Oriental. Cortem o fornecimento de gás na direção oposta, bloqueiem o fornecimento de energia. Assim eles vão entender imediatamente que há limites para o seu comportamento no que diz respeito à violação dos interesses dos outros", afirmou o líder russo, referindo-se a ataques ucranianos contra infraestruturas energéticas na Rússia", aconselhou.
A Eslováquia é fortemente dependente do gás russo, assim como a Hungria, sendo ambos os países conhecidos pelas posições pró-Moscou.

