Bélgica afirma que reconhecerá o Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU
Bélgica se junta a outros países que também reconhecerão o Estado da Palestina
Publicado: 02/09/2025 às 12:22

Esta imagem mostra tendas abrigando palestinos deslocados na Cidade de Gaza em 1º de setembro de 2025. Quase dois anos após o início da campanha israelense em Gaza após o ataque dos militantes do Hamas em 7 de outubro de 2023, grandes áreas do território palestino foram reduzidas a escombros e a vasta maioria de sua população foi deslocada pelo menos uma vez. (Foto de BASHAR TALEB / AFP) ( AFP)
Nesta terça-feira (2), a Bélgica anunciou que reconhecerá o Estado da Palestina em setembro durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, se juntando assim a outros países que já declararam que tomarão a mesma medida na próxima reunião da ONU, como a França, Reino Unido, Canadá e Austrália.
"A Palestina será reconhecida pela Bélgica na sessão da ONU! E serão tomadas sanções firmes contra o Governo israelense. Qualquer antissemitismo ou glorificação do terrorismo por parte dos apoiadores do Hamas será também condenado com a maior veemência", disse Maxime Prévot, ministro belga das Relações Exteriores.
O chefe da diplomacia da Bélgica esclareceu que estas decisões fortes para aumentar a pressão sobre o governo israelense e os terroristas do Hamas foram tomadas à luz da tragédia humanitária que se desenrola na Palestina, em particular em Gaza, e em resposta à violência perpetrada por Israel em violação do Direito Internacional. "Não se trata de sancionar o povo israelense, mas de assegurar que o seu Governo respeita o direito internacional e humanitário e toma medidas para tentar alterar a situação no terreno", acrescentou.
De acordo com Prévot, o país aplicará 12 sanções a nível nacional, incluindo a proibição de importar produtos dos assentamentos, a revisão de contratos públicos com empresas de Israel ou restrições à assistência consular a belgas que vivam em assentamentos considerados ilegais pelo direito internacional.
"A Bélgica vai juntar-se aos países signatários da Declaração de Nova Iorque, abrindo caminho para uma solução de dois Estados e reconhecendo ambos. No entanto, "consciente do trauma causado ao povo israelita pelos atentados terroristas de 7 de outubro de 2023, perpetrados pelo Hamas, a formalização administrativa deste reconhecimento por decreto real terá lugar quando o último refém tiver sido libertado e o Hamas já não tiver qualquer papel na gestão da Palestina", afirmou.
O Ministério das Relações Exteriores da Palestina saudou hoje a decisão da Bélgica, considerando-a um passo em consonância com o direito internacional, as resoluções da ONU, a proteção da solução de dois Estados e o apoio à conquista da paz.
"Intensifiquem os esforços práticos para pôr fim aos crimes de genocídio, deslocação, fome e anexação, e para abrir um caminho político genuíno para resolver o conflito e pôr fim à ocupação israelita do Estado da Palestina", diz o comunicado do ministério palestino, que apelou a mais países para que se juntem a esta iniciativa.
Em contrapartida, o ministro da Defesa de Israel, Itamar Ben-Gvir, condenou a decisão da Bélgica. "Os países europeus se deixaram levar pela ingenuidade e se renderam às manipulações do Hamas; acabarão vivenciando o terror", apontou Ben-Gvir.
Atualmente, dos 193 membros da ONU cerca de 145 países reconhecem o Estado da Palestina, proclamado pela liderança palestina no exílio, no final da década de 1980.

