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FAIXA DE GAZA

Hamas aceita nova proposta de cessar-fogo em Gaza

O texto do documento prevê uma trégua inicial de 60 dias e a libertação em duas fases dos reféns, além da paralisação das suas atividades militares na Faixa de Gaza.

Isabel Alvarez

Publicado: 18/08/2025 às 16:50

Palestinos inspecionam a destruição em um campo improvisado para deslocados após uma incursão relatada no dia anterior por tanques israelenses na área de Khan Yunis, no norte da Faixa de Gaza, em 11 de julho de 2025. (Foto da AFP)/ AFP

Palestinos inspecionam a destruição em um campo improvisado para deslocados após uma incursão relatada no dia anterior por tanques israelenses na área de Khan Yunis, no norte da Faixa de Gaza, em 11 de julho de 2025. (Foto da AFP) ( AFP)

A delegação do Hamas que se encontra no Cairo concordou com uma nova proposta de cessar-fogo apresentada pelos representantes dos países mediadores, revelou sob anonimato uma autoridade palestina à agência de notícias France Presse (AFP).

O texto do documento prevê uma trégua inicial de 60 dias e a libertação em duas fases dos reféns, além da paralisação das suas atividades militares na Faixa de Gaza. Segundo a fonte, essa proposta retoma as linhas gerais de um plano anterior do enviado especial norte-americano Steve Witkoff.

Também uma fonte da Jihad Islâmica, grupo aliado do Hamas, citado pelo jornal francês Le Figaro, acrescentou que o plano prevê na primeira etapa a libertação de dez reféns israelenses e a devolução de vários corpos em troca da entrada maciça no enclave de ajuda humanitária para aliviar a crise humanitária que a população de Gaza enfrenta.

“Os restantes dos reféns serão libertados numa segunda fase, com negociações imediatas para um acordo mais amplo que visará acabar com a guerra, com garantias internacionais’, menciona a reportagem.

“Esta aceitação por parte do Hamas surge para tentar contrariar o plano da ocupação israelense em tomar a Cidade de Gaza e deslocar quase um milhão de habitantes”, indicou a fonte.

O governo egípcio declarou que o plano da trégua dos 60 dias já foi encaminhado para Tel Aviv e agora a bola está do lado de Israel.

Os esforços diplomáticos dos mediadores Egito, Catar e Estados Unidos não conseguiu até o momento alcançar um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas está sob pressão atômica para alcançar um acordo de libertação dos reféns. O premie disse estas declarações depois de várias fontes terem indicado que o grupo palestino aceitou a mais recente proposta de cessar-fogo, apesar de ainda não ter feito uma declaração oficial.

“Vemos que, pela primeira vez, após semanas em que o Hamas se mostrou relutante em negociar qualquer acordo para a libertação de reféns, apesar da Turquia e o Catar já terem abordado a questão, esse acordo está subitamente em cima da mesa. A razão é clara: só o medo do Hamas de que tenhamos a séria intenção de conquistar Gaza o motiva a negociar, apesar do Hamas já ter anteriormente dado luz verde a propostas que depois foram consideradas inaceitáveis por Israel”, declarou num comunicado Israel Katz, ministro da Defesa israelense.

Mas, na semana passada, Netanyahu, alertou de que Israel só aceitaria um acordo em que todos os reféns fossem libertados de uma só vez e nas suas condições para acabar com a guerra em Gaza.

No entanto, Netanyahu também está sob forte pressão da população do país, com manifestações que exigem um acordo imediato e a libertação dos reféns, quanto da opinião pública em geral e comunidade internacional, onde se multiplicam ainda os apelos para que se ponha fim ao sofrimento dos habitantes de Gaza.

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